Jardins Efémeros: Viseu recebe mais de 300 actividades em 10 dias

Evento decorre de 7 a 16 de Julho e engloba áreas como arquitectura, artes visuais, som, dança, teatro, cinema, pólis, oficinas e mercados

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Jardins Efémeros/ DR

O festival cultural multidisciplinar Jardins Efémeros vai oferecer à cidade de Viseu, em Julho, mais de 300 actividades em 10 dias, nas áreas da arquitectura, artes visuais, som, dança, teatro, cinema, pólis, oficinas e mercados. "Não há muitas cidades a acolher um projecto de vanguarda como este em Viseu. Não há nenhum com este contexto internacional e com acesso livre, para aproximar as pessoas à arte contemporânea", considera a criadora dos Jardins Efémeros, Sandra Oliveira.

Durante a apresentação do evento, que decorre na cidade de Viseu de 7 a 16 de Julho, Sandra Oliveira explicou que esta sétima edição terá como tema central o "Paradoxo". "Numa altura da globalização e com todos à distância de um clique, estamos cada vez mais sós. Apostamos na arte e cultura como veículo de coesão social e de estarmos uns com os outros", justificou.

Na área da arquitectura, a criadora do evento destacou a instalação denominada "Tília", do arquitecto João Loureiro em colaboração com Rafael Gomes, que "é um tributo à cidade de Viseu, através de um dos seus símbolos naturais" e que será instalada no interior do Claustro da Catedral de Viseu, no Adro da Igreja da Misericórdia e no Largo Pintor Gata.

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Jardins Efémeros/ DR

Na vertente das artes visuais, será instalada na Praça D. Duarte a "Peça para Perséfone", um trabalho de Gabriela Albergaria em taipa, com técnica de construção em terra, que terá sonorização de Pedro Tudela, composta por sons naturais captados no distrito. "Trata-se de uma peça de grande complexidade técnica e que pesa 48 toneladas. No fundo é um diálogo entre natureza e terra, construído num monólito em frente à estátua de D. Duarte, onde por cima será colocada uma oliveira que representa a região: é um diálogo entre a terra e o granito, entre natureza e o poder (rei)", descreveu.

Na vertente Pólis, a criadora dos Jardins Efémeros sublinhou a instalação imersiva "Vestido a Rigor", que estará patente na sala de exposições temporárias do Museu Nacional Grão Vasco, e que nasceu do projecto participativo com a comunidade cigana do Bairro Social de Paradinha, de Viseu. Destaque também para o projecto de intervenção artística em várias lojas tradicionais e espaços devolutos na Rua Direita, com o intuito de sensibilizar a população para a reabilitação física e humana do centro histórico de Viseu.

Sobre o som, Sandra Oliveira diz que é a área que dá menos trabalho a preparar, embora seja a que dá sempre mais destaque. "Este ano temos o privilégio de contar com nove presenças internacionais, exclusivamente para Viseu, em que cruzamos artistas internacionais de topo, na área experimental e ambiental, e outros projectos mais vanguardistas do que de melhor se faz na Europa", apontou.

Ao longo da sua intervenção, aludiu ainda ao Festival Política, na área do cinema, com dois filmes a serem apresentados pela primeira vez em Portugal, com a devida tradução. "Tem por objectivo sensibilizar as pessoas para votarem, num ano de eleições", sustentou. A sétima edição dos Jardins Efémeros vai custar 192 mil euros, contando com um apoio financeiro de 123 mil euros por parte da Câmara de Viseu, que disponibiliza ainda um apoio não financeiro que ultrapassa os 15 mil euros.

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