Santana propõe comissariados para políticas sociais, território e crescimento

Santana Lopes e Rui Rio cumprimentaram-se entre as duas reuniões em separado com os deputados.

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O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho, acompanhado pelos candidatos à liderança do partido, Rui Rio e Pedro Santana Lopes LUSA/HUGO DELGADO

Pedro Santana Lopes, candidato à liderança do PSD, já tem um programa para o partido assente em três pilares: o financiamento das políticas sociais, reorganização de território e a agenda do crescimento, abrangendo a política fiscal e simplificação administrativa. Para concretizar essa aposta, o ex-primeiro-ministro defende a criação de “três comissariados ou unidades de missão” no PSD, liderados pelo “presidente do partido e cada um com um responsável”.  Esta foi uma das mensagens que Santana Lopes quis passar aos jornalistas como uma das marcas do seu projecto de candidatura, no final de uma hora de reunião com os deputados durante as jornadas parlamentares do PSD, em Braga.

No final da sessão – que decorreu à porta fechada -, Santana Lopes cumprimentou Rui Rio que já tinha chegado há mais de meia hora e esperava (numa outra sala do hotel onde decorre a iniciativa) pela sua vez de discursar perante os deputados. Questionado sobre o que considera distintivo do seu adversário, o ex-primeiro-ministro começou por referir “a capacidade de ousar num país muito fustigado” e de fazer acreditar nos “sonhos”. Depois explicou os três pilares em que o PSD se deve concentrar se for eleito líder e apontou o horizonte de trabalho para 2025. É aí que “nos devemos aproximar das metas europeias”. Para o projecto da descentralização e reorganização do território – “que são duas legislaturas” – Santana Lopes defende um “consenso alargado”, envolvendo populações, autarcas e até o Presidente da República.

A tensão entre Governo e Presidente da República não poderia escapar. Santana Lopes considera que “se o Governo continua deste modo”, leia-se a fazer sair notícias sobre reparos a Marcelo Rebelo de Sousa, há “desperdício de energias”.

Mais uma vez, Santana Lopes vincou as diferenças com Rui Rio quando lembrou que os militantes têm de escolher entre “um líder mais distante e um líder mais próximo”. “Não sou campeão dos afectos nem sempre tenho um sorriso mas sei falar com as pessoas na área social, com os mais idosos, os mais dependentes.

Santana Lopes fez um forte elogio ao trabalho desenvolvido por Passos Coelho no Governo – e o próprio líder do partido estava na sala – e deixou uma palavra de incentivo à bancada. “Este grupo tem uma realidade única ao fazer oposição a uma maioria que nunca existiu e a um partido que não ganhou eleições. É um grupo que tem sido estóico para não dizer heróico”, afirmou. 

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