Próximo filme de Tarantino será sobre os crimes da Família Manson

Realizador já terá escrito o guião sobre os homicídios do grupo de Charles Manson, dos quais Sharon Tate, mulher de Polanski, foi a vítima mais célebre.

Foto
ERIC GAILLARD

Parte do folclore tragicamente real dos anos 1960 americanos, a história do bando de Charles Manson e os homicídios que perpetraram, entre os quais o da actriz Sharon Tate, é o próximo filme de Quentin Tarantino. O realizador já terá escrito o guião e prepara-se agora para filmar o sucessor do seu western, Os Oito Odiados. Há meses, recorde-se, o realizador reiterou que só fará mais dois filmes até se retirar à décima longa-metragem.

A notícia foi avançada terça-feira à tarde (hora de Los Angeles) pela Hollywood Reporter e depois recuperada por outras publicações, dando conta de que os irmãos Harvey e Bob Weinstein estão novamente envolvidos em mais um filme de Tarantino – foram seus produtores em todos os filmes anteriores, mesmo em projectos que dividiu com outros realizadores como Robert Rodriguez. A concretizar-se, o filme ainda sem título sobre os crimes da Família Manson será o primeiro de Tarantino que se foca em acontecimentos reais.

Outros dois nomes auscultados são os de Brad Pitt e Jennifer Lawrence, que poderiam fazer parte do elenco que Tarantino gostaria de ver no seu filme, para o qual está ainda a negociar financiamento e distribuição. De acordo com a Hollywood Reporter, a rodagem está planeada para o próximo Verão. Este será a nona longa de Quentin Tarantino, visto que considera que Kill Bill I e II como um único título, e a confirmar-se aquilo que vem repetindo desde 2012 será o seu penúltimo projecto como realizador. Contraria assim outro plano por si anunciado, que indicava que o sucessor de Os Oito Odiados seria uma variação de Bonnie & Clyde, mas passada na Austrália dos anos 1930, continuando a sua deriva pelo território do western.

A revista indica ainda que uma das histórias centrais é precisamente a de Sharon Tate, a actriz grávida de oito meses do seu marido Roman Polanski e cuja casa foi invadida por quatro seguidores de Manson na noite de 8 de Agosto de 1969 – Tate foi morta, bem como quatro amigos que estavam consigo na residência em Los Angeles. Na porta da casa, onde esfaquearam violentamente todos os que encontraram, escreveram com sangue a palavra “porco”. No dia seguinte, o grupo de acólitos de Manson, um cantor e artista falhado que se envolveu com drogas e fantasias violentas e que agora se juntaria aos seus seguidores para cometer mais um crime, atacou outra casa, vitimando o casal La Bianca. Na porta do frigorífico, novamente a sangue, redigiram a letra de Helter Skelter, dos Beatles.

A Família Manson tinha como quartel-general um rancho em San Fernando Valley, na Califórnia, onde sob a liderança de Charles Manson viviam em comunhão sob a crença de que uma guerra racial apocalíptica, que pregava intitular-se Helter Skelter, estava iminente. Os homicídios cometidos pela Família ajudariam, acreditava, a desencadear esse apocalipse. Charles Manson foi condenado à morte em 1971 e a pena foi comutada para prisão perpétua após a abolição da pena de morte no estado na Califórnia. Tentou várias vezes a liberdade condicional, sempre rejeitada.

Sugerir correcção
Comentar