Médicos, farmacêuticos e enfermeiros pedem: vacinem as crianças

Seis figuras públicas dão a cara por uma campanha de apelo à vacinação lançada pelo Ministério da Saúde.

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O director-geral da Saúde é um dos protagonistas da campanha de apelo à vacinação Miguel Manso

São seis vídeos curtos com mensagens incisivas. Vacinar as crianças é um “dever social”, defende o director-geral da Saúde, Francisco George, um dos seis protagonistas da campanha de apelo à vacinação este sábado lançada pelo Ministério da Saúde.

Após o choque provocado pela morte de uma adolescente de 17 anos, na sequência de um surto de sarampo - doença que em 2016 até tinha sido considerada eliminada em Portugal -, a tutela avança com uma campanha de sensibilização para a importância do cumprimento do Programa Nacional de Vacinação (PNV). 

A jovem que morreu vítima de uma pneumonia bilateral decorrente do sarampo não estava vacinada, o que fez soar as campainhas de alarme. É o único caso fatal de um surto que já afectou 25 pessoas (casos confirmados até quarta-feira, último balanço oficial).

Responsáveis de vários partidos políticos pediram ao Governo que avançasse com uma campanha de sensibilização da população para a importância da vacinação. A resposta chega agora e quem dá a cara pela causa são, além de Francisco George, a ex-ministra da Saúde e pediatra, Ana Jorge, e a recentemente nomeada presidente da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), a também pediatra Maria do Céu Machado. Os vídeos incluem ainda depoimentos de três bastonários  - dos médicos, dos enfermeiros e dos farmacêuticos.

“Temos todos que vacinar os nossos filhos”, pede Maria do Céu Machado. A médica frisa que as vacinas “são um dos principais instrumentos para proteger” as crianças “de doenças infecciosas graves". Doenças que, enfatiza, "podem conduzir à morte e podem ter como consequência que fiquem com problemas para o resto da vida”.

Quem não está vacinado corre mais riscos

“As crianças não vacinadas estão em risco de vida”, avisa também Ana Jorge, enquanto o director-geral da Saúde acentua que a vacinação é “um dever” de “todos”. As bastonárias da Ordem dos Farmacêuticos e a dos Enfermeiros, Ana Paula Martins e Ana Rita Cavaco, lembram que Portugal tem um Programa Nacional de Vacinação que é motivo de orgulho a nível internacional. "O valor científico e a eficácia das vacinas são inquestionáveis", frisa o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, para quem a vacinação é "um dever" não só "cívico" mas também "ético”.  

Na sexta-feira, para reforçar uma norma já publicada pela Direcção-Geral da Saúde, o Governo publicou um despacho em que determina que as escolas devem comunicar aos delegados de saúde os casos de alunos que não têm as vacinas do PNV em dia.

É preciso “reforçar os mecanismos de articulação dos estabelecimentos escolares com as autoridades de saúde”, além de ser necessário sensibilizar as famílias para os benefícios da vacinação, justifica a tutela.

Neste contexto, os estabelecimentos de educação pré-escolar, do básico e do secundário devem comunicar aos delegados de saúde e coordenadores do respectivo agrupamento de centros de saúde da área de cada escola "os alunos que não se encontrem com a vacinação recomendada actualizada".

Gratuitas, as vacinas incluídas no Programa Nacional de Vacinação não são obrigatórias, mas habitualmente as escolas pedem o boletim de vacinas dos alunos no acto da matrícula ou da inscrição.

A importância de se cumprir o calendário de vacinação tem sido destacada pelas autoridades de saúde, que não se cansam de frisar que é o meio de prevenção mais eficaz contra várias doenças.

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