Ederson fez tudo menos marcar o golo

Benfica vence Borussia Dortmund por 1-0, graças a um golo de Mitroglou. Jogo da segunda mão é a 8 de Março.

Mitroglou marcou o quarto golo nos últimos três jogos
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Mitroglou marcou o quarto golo nos últimos três jogos LUSA/TIAGO PETINGA
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O Borussia Dortmund é uma equipa que gosta de marcar golos. Tinha marcado 21 na fase de grupos da Liga dos Campeões, um recorde da competição, e nunca seria no ataque que se apontavam debilidades ao vice-campeão alemão. Mas foi pelo enorme desperdício e pela inspiração de Ederson que passou a vitória do Benfica por 1-0, nesta terça-feira, no Estádio da Luz, no jogo dos oitavos-de-final da Champions. E, claro, pelo golo de Mitroglou, que dá uma vantagem mínima aos “encarnados” para o jogo da segunda mão, a 8 de Março.

Rui Vitória tentou fazer algum bluff com Jonas, mas o avançado brasileiro não estava mesmo em condições de ir a jogo. Avançou Rafa para fazer companhia a Mitroglou no ataque benfiquista, apoiados por Salvio e Carrillo nas alas. De resto, nada de novo, os mesmos de sempre, os sobrecarregados Pizzi e Fejsa no meio-campo, Luisão a comandar a defesa no seu jogo 500 pelos “encarnados”. Estádio bem composto para o regresso das noites europeias à Luz e Rui Vitória a prometer personalidade.

Mas o Borussia não é um adversário qualquer. Mesmo que poucos dias antes tenha perdido com o último da Bundesliga, continua a ser uma das grandes equipas da Europa e nunca deve ser menosprezado. E a equipa germânica entrou com disposição de mostrar a sua melhor versão em Lisboa. Tal teria sido verdade na primeira parte não fosse uma tremenda falta de eficácia. O domínio territorial era uma evidência, as oportunidades de golo foram muitas, mas a baliza de Ederson parecia protegida por uma barreira invisível (e, mais tarde no jogo, pelo próprio brasileiro).

Logo aos 10’, Pizzi perde uma bola a meio-campo, Dembélé fica com ela e mete-a em Aubameyang, mas o gabonês, frente a Ederson, atira por cima. Aos 24’, a bola volta a chegar a Dembélé junto à pequena área, mas Lindelof consegue desviar para canto o remate do jovem francês. Dois minutos depois, é Schmelzer a cabecear ao lado após canto. Aos 38’, Raphael Guerreiro consegue ganhar um duelo a Fejsa e ainda tem forças para fazer um cruzamento a que Aubameyang chega atrasado. No minuto seguinte, Ederson tem uma saída arriscada no limite na grande área que daria no mínimo uma falta perigosa (é difícil de avaliar se seria grande penalidade), mas o árbitro nada marcou.

E o que fez o Benfica durante a primeira parte? Viu o adversário jogar, defendeu (não muito bem, como se vê pela quantidade de oportunidades concedidas) e nunca chegou à baliza de Burki. Havia um défice no meio-campo, onde Fejsa e Pizzi não tinham pernas para tudo e as alas eram outro ponto fraco, onde nem Salvio nem Carrillo conseguiam ajudar os seus companheiros de flanco. Vitória leu bem os males da sua equipa e, ao intervalo, retirou de campo o peruano para lançar Filipe Augusto e acrescentar outra capacidade no sector onde o Benfica estava a perder todas as batalhas, reposicionando ainda Rafa num dos flancos.

Não terá sido por influência directa do médio brasileiro, mas os “encarnados” entraram com fome para o segundo tempo e o golo aconteceu. Na sequência de um pontapé de canto de Pizzi, o “velho” Luisão ganha uma bola de cabeça e Mitroglou antecipa-se ao guarda-redes do Borussia para, já quase sobre a linha de golo, inaugurar o marcador. Uma festa tremenda explodiu na Luz e era notória a frustração da equipa alemã.

O golo dos “encarnados” não refreou o ímpeto da equipa de Thomas Tuchel, mas enervou-a, com efeitos particularmente visíveis naquele que, por hábito, marca muitos golos. Pierre-Emerick Aubameyang, considerado um dos melhores avançados do mundo, parecia um principiante. E Ederson, um jovem guarda-redes brasileiro em princípio de carreira, parecia um veterano batido e impassível.

A história do jogo quase que se pode resumir no que aconteceu aos 58’. Uma insistência do espanhol Bartra leva a que Fejsa jogue a bola com a mão. O árbitro assinala penálti e avança Aubameyang para a marca dos 11 metros. O remate do africano não vai nem para a esquerda nem para a direita, vai para o meio. Ederson também ficou no meio. E a bola não entrou na baliza do Benfica, tal como não iria entrar durante o resto do jogo. Ederson parou literalmente tudo o que lhe atiraram. E foi muito.     

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