Central de Almaraz cancela visita da Ordem dos Engenheiros

A ordem diz ter sido avisada na segunda-feira, já durante a viagem para Espanha, do cancelamento da visita. Não foram apresentadas justificações, acusa em comunicado.

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Manuel Roberto

A Ordem dos Engenheiros denunciou nesta terça-feira que a entidade gestora da central nuclear espanhola de Almaraz decidiu cancelar a visita desta comitiva portuguesa ao local, agendada para hoje, sem apresentar quaisquer razões.

A Ordem dos Engenheiros (OE) de Portugal tinha previsto uma visita a Almaraz para se "inteirar dos desenvolvimentos da anunciada intenção de construção de um depósito de resíduos nucleares junto desta central, bem como das perspectivas de prolongamento do seu ciclo de produção".

Nesta terça-feira, em comunicado, a Ordem diz ter sido avisada na segunda-feira, já durante a viagem para Espanha, do cancelamento da visita, "sem que tenham sido apresentadas as razões subjacentes a tal decisão".

"A notícia foi recebida com total surpresa por parte da Ordem dos Engenheiros, cuja delegação integra altos dirigentes, membros eleitos e engenheiros eméritos, nomeadamente o bastonário Carlos Mineiro Aires, os dois vice-presidentes nacionais, membros do Conselho Directivo Nacional, os presidentes dos Colégios Nacionais de Engenharia Eletrotécnica e de Engenharia do Ambiente, o coordenador da Especialização de Energia, um membro da assembleia de representantes e especialistas", lê-se na nota de imprensa enviada à agência Lusa.

A Ordem diz ainda que, "neste quadro, manifesta a estranheza perante esta decisão, porquanto sempre ficou claro em todos os contactos que foram previamente estabelecidos que se tratava de uma visita de natureza técnica, cujo propósito assentava na recolha de informações sobre a operação da central, bem como das perspectivas de prolongamento do seu ciclo de vida e sobre a intenção de construção de um depósito de resíduos nucleares".

Conclui que este "inesperado 'fechar de portas' à Ordem dos Engenheiros de Portugal não deixará, pois, de ser encarado como uma afronta às mais elementares normas de relacionamento das comunidades técnicas e associativas de Espanha e Portugal e indutor dos mais livres juízos".

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