Trump nomeia crítico da China para novo conselho de comércio da Casa Branca

O futuro Presidente dos EUA nomeou também o multimilionário Carl Icahn para o seu conselheiro mais próximo em matéria de regulação.

Foto
AFP/JIM WATSON

O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, nomeou um fervoroso crítico da política comercial da China para liderar o recentemente criado conselho de comércio da Casa Branca e para director da política comercial e de indústria.

Peter Navarro é professor da Universidade da Califórnia e consultor de investimento, tendo tido igualmente funções de conselheiro de Trump durante a campanha eleitoral. Entre os trabalhos publicados, Navarro editou vários livros e realizou um filme onde descreve a ameaça da China à economia norte-americana bem como o desejo de Pequim em tornar-se no poder económico e militar dominante na Ásia.

Num comunicado, a equipa de transição de Donald Trump diz que a criação deste novo conselho demonstra “a determinação do Presidente eleito em tornar a manufacturação americana grande outra vez”. Na nota escrita descreve-se ainda Navarro como um “visionário” garantindo que o economista vai “desenvolver políticas comerciais que vão reduzir o défice comercial, expandir o crescimento e impedir o êxodo de empregos”.

A escolha parece ser consonante com as afirmações do republicano, durante e após a campanha eleitoral, onde criticou as decisões comerciais dos EUA relativamente à China, denunciando uma alegada manipulação da moeda por parte de Pequim, o que prejudica a economia norte-americana.

Além disso, Donald Trump pôs em causa a política oficial americana de reconhecer que só há uma China e que em Pequim está o seu Governo, o que sugere uma quebra em relação à posição oficial de não reconhecer o direito à independência de Taiwan.

Mas esta não foi a única nomeação anunciada nesta quarta-feira. Carl Icahn, um investidor multimilionário, vai ser o conselheiro mais próximo de Donald Trump para assuntos relacionados com a regulação.

Com 80 anos, Icahn é um dos investidores mais temidos em Wall Street conquistando fama por colocar pressão nas empresas onde detém participações (tais como a AIG, Herbalige, Apple ou Netflix) para que estas aumentassem os dividendos dos accionistas.

No comunicado da equipa da transição do republicano explica-se que o investidor terá como função principal aconselhar o futuro inquilino da Casa Branca sobre a melhor forma de se “livrar dos regulamentos destrutivos de emprego que impedem o crescimento económico”, cita a AFP.

Os negócios de Icahn podem também levantar dúvidas em relação a um possível conflito de interesses que possa surgir, pois abrangem sectores fundamentais como os da energia, automóvel ou dos jogos.

O novo conselheiro de Trump tem uma fortuna estimada em 16,5 mil milhões de dólares (quase 16 mil milhões de euros).

Sugerir correcção
Ler 3 comentários