Retirada de Alepo vai ser retomada, após novo acordo

Há milhares de pessoas à espera de sair do Leste da cidade síria.

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À espera da saída de Alepo Abdalrhman Ismail/Reuters

Milhares de civis esperavam poder começar a saír ainda este sábado da cidade síria de Alepo, depois de um novo acordo ter sido alcançado e que compromete os grupos que combatem o Presidente Bashar al-Assad noutras duas cidades a abandonarem as suas posições.

Perto de oito mil civis já foram retirados da cidade, mas há milhares à espera de sair do Leste de Alepo, que está virtualmente destruído e onde não existem condições de vida. A evacuação dos bairros que estava nas mãos da rebelião (incluindo grupos jihadistas) foi suspensa, 24 horas depois de ter começado ao abrigo de um acordo negociado com a Rússia e a Turquia, por Damasco ter considerado que não estavam a ser cumpridos os termos da rendição em duas cidades de Idlib.

Segundo o acordo, e num gesto que foi considerado uma concessão ao Irão, civis e feridos também seriam retirados de Fua e Kefraya, duas povoações xiitas em Idlib. Porém, o grupo com ligações à Al-Qaeda não cumpriu o acordado. E tudo foi suspenso, em Idlib e em Alepo.

As Nações Unidas estimam que sejam 50 mil os civis que têm de sair de Alepo. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, grupo sediado em Londres e com uma rede de activistas no terreno, disse à BBC e ao Guardian que o início da retirada de mais quatro mil pessoas pode começar ainda este sábado.

O antigo chefe da diplomacia britânica, David Miliband, que preside à organização não-governamental International Rescue (que tem equipas na Síria), disse em Washington que existem receios de que o exército de Assad possa cometer "assassínios porta-a-porta" em Alepo e que a "carnificina" prossiga depois em Idlib. A rebelião controla 15% do território sírio.

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