Governo recusa limitar número de carros da Uber

O governante esteve esta tarde reunido com os representantes do sector e, apesar de ter elogiado a abertura de diálogo do encontro, ainda não existe acordo e não se sabe quando terminará o protesto dos taxistas.

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Ministro do Ambiente fala em divergência Nelson Garrido/PÚBLICO

Depois da reunião com os representantes do sector dos taxistas, o ministro do Ambiente fala em "divergência profunda" e recusa limitar o número de carros que trabalham com a Uber, como exigem os taxistas. "A reunião foi muito produtiva, mas há de facto uma divergência, que é profunda, que é a vontade dos taxistas de criar um contingente para uma atividade económica que não pode ser contingentada", resumiu o ministro.

À saída da reunião, o governante lembrou que “o que estamos a fazer é regulamentar uma nova actividade, que incide, por um lado na regulamentação das novas plataformas, por outro na regulamentação dos motoristas”. Depois da reunião de três horas com os representantes da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) e da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), o ministro declarou que foi discutida "uma proposta concreta", que passa pela descaracterização dos táxis.

João Pedro Matos Fernandes reforçou que o Governo não está “contra a actividade dos táxis”. “Sempre dissemos que são uma actividade fundamental nas cidades”, afirma, destacando a importância da sua modernização. “Passa por ter carros mais modernos, carros eléctricos”, exemplificou. “Temos o maior gosto em apoiar a modernização”, assegura.

As plataformas (em Portugal, operam a Uber e a Cabify) permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para smartphones, mas os operadores de transporte que a elas estão ligados não têm de cumprir os mesmos requisitos – financeiros, de formação e segurança – do que os táxis. O ministro do Ambiente afirmou que "essa descaracterização pode ser sempre efectuada" e que os taxistas podem optar também por ela.

“Esta reunião foi uma entre muitas que nós tivemos e foi uma boa reunião de trabalho”, avaliou o ministro. O governante com a pasta do Ambiente disse que neste encontro conseguiu-se o que ainda não tinha sido conseguido: “discutir o diploma que levámos à consulta”.

No entanto, apesar do encontro, ainda não é conhecido quando terminará o protesto. "Não recebi nenhuma garantia de que o protesto iria terminar. A única garantia que dou é que o diálogo esteve aberto. Nunca foi interrompido por nós ou por outra parte", concluiu o ministro. 

No final da reunião, os taxistas voltaram para a rotunda do Relógio e prometem continuar o protesto por "tempo indeterminado".

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