Força Aérea diz que não tem meios para combater fogos

Ministro da Defesa defendeu que a Força Aérea deve ter capacidade de combate aos incêndios.

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Nos anos 80 Força Aérea combateu incêndios, mas operação foi desactivada Força Aérea Portuguesa

A Força Aérea esclareceu neste domingo que "não possui meios aéreos que permitam a realização de missões de combate a incêndios", mas admitiu que a capacidade para a realização destas missões poderá "vir a materializar-se faseadamente, num futuro próximo".

"Não é igualmente praticável proceder a adaptações que possibilitem, a qualquer das frotas em operação, a execução desse tipo de missões", afirma em comunicado a Força Aérea, que refere que colocou à disposição da Autoridade Nacional de Protecção Civil "todos os meios e recursos disponíveis, no sentido de apoiar activamente o combate ao flagelo dos incêndios".

Esta colaboração da Força Aérea concretizou-se através de várias operações, nomeadamente neste domingo, em que "empregará, adicionalmente, três meios aéreos": um C-130H e um C-295M, que trarão para o continente o dispositivo de pessoal e material transportado para a Madeira no passado dia 10, e ainda um voo adicional de um C-295M que sairá da Base Aérea N.º 4, nas Lajes, nos Açores, para ir buscar bombeiros e material dos Açores deslocados para a Madeira como reforço ao combate aos incêndios naquela ilha.

Na sexta-feira, o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, afirmou na RTP que seria "inevitável que a Força Aérea venha a ter capacidade de combater fogos florestais", lembrando que, de momento, essa força não tem nem aviões nem helicópteros com capacidade para o fazer. No dia seguinte, em Castelo de Paiva, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, contrapôs, afirmando que, "neste momento, as Forças Armadas não têm qualquer tipo de capacidade para combater fogos".

No comunicado divulgado neste domingo, a Força Aérea esclarece que a partir de 1982 "operou um sistema modular aplicável à frota C-130H Hércules, que permitia adaptar aquelas aeronaves à realização de missões de combate directo (largada de água) e indirecto (largada de calda retardante) a incêndios". Todavia, devido à "reorganização de meios de combate a incêndios, sob a tutela da Autoridade Nacional de Protecção Civil, esse sistema foi descontinuado há cerca de 20 anos e, actualmente, é inexistente". 

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