Crise sísmica abala Sudoeste do Japão

Centrais nucleares não registaram problemas, mas há pelo menos 40 feridos, alguns em estado grave e 16 mil famílias sem electricidade.

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Residentes de Mashiki, na prefeitura de Kumamoto, junto a um edifício que ruiu Kyodo/REUTERS

Um tremor de terra de magnitude 6,4 na escala de Richter abalou o Sudoeste do Japão, na prefeitura de Kumamoto, um local onde se localizam três centrais nucleares, mas a Autoridade de Regulação Nuclear diz que não se registaram quaisquer problemas. No entanto, cerca de 16 mil familias na região ficaram sem electricidade, e mais de 38 mil casas ficaram sem fornecimento de gás, relatam os media japoneses.

Segundo a Associated Press, haverá pessoas presas debaixo dos destroços das suas casas enuma dezena de locais. Cerca de 40 pessoas estão a receber tratamento no hospital de Kumamoto, alguns deles em estado grave, diz a agência Kyodo, citada pela Reuters. Apesar de não existir risco de tsunami, alguns edifícios ruíram e registaram-se incêndios. 

O sismo de maior magnitude aconteceu depois de um primeiro, de magnitude 6, às 21h26 locais (12h26 em Portugal Continental), a 11 quilómetros para Leste da cidade de Kumamoto, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Seguira-se várias réplicas, algumas bastante fortes, até se dar este novo abalo, ainda mais forte, pela meia-noite local (15h em Lisboa).

A companhia de electricidade da região, a Kyushu Electric Power, assegurou que não se verificou nenhuma anomalia na central nuclear Sendai, onde se localizam os dois reactores nucleares em funcionamento no Japão. “Vamos verificar se o sismo teve impacto na nossa central, mas, no momento, ela está a funcionar normalmente”, afirmou um responsável da central à AFP.

“Ordenei que fossem dadas todas as informações necessárias à população e que fossem lanaçadas operações de socorro”, anunciou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, citado pela AFP.

O Japão está em constante estado de alerta no que diz respeito a terramotos, nomeadamente desde que em Março de 2011, um sismo de magnitude 9 na escala de Richter devastou o Nordeste do país, desencadeando um tsunami que fez cerca de 19 mil mortos e deixou 160 mil pessoas sem as suas causas. Este terramoto provocou o mais grave desastre nuclear desde Tchernobil, na central nuclear Daichi de Fukushima. 

Cinco anos depois, ainda se sentem as consequências de Fukushima

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