Golpe de estado no Burkina Faso a menos de um mês das eleições

O chefe de Estado Maior do antigo ditador Blaise Compaoré assumiu o poder.

Um golpe militar depôs o governo de transição liderado pelo general Gilbert Diendéré
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Um golpe militar depôs o governo de transição liderado pelo general Gilbert Diendéré AHMED OUOBA/AFP
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O general Gilbert Diendéré AHMED OUOBA/AFP

Manifestantes estão a juntar-se no centro de Ouagadougou, apesar do intenso tiroteio na capital do Burkina Faso onde ocorreu um golpe de Estado militar. Os golpistas derrubaram o governo de transição e o general Gilbert Diendéré, antigo chefe do Estado Maior do antigo Presidente Blaise Compaoré foi apresentado como chefe do novo Conselho Nacional da Democracia (CND).

As fronteiras terrestres e aéreas estão encerradas e foi instaurado um recolher obrigatório entre as sete da noite e as seis da manhã, segundo um comunicado do CND. Num comunicado lido na televisão, o tenente-coronel Mamadou Bamba disse que a acção militar se destinou a pôr fim a um "regime desviante".

Blaise Compaoré, que chegou ao poder através de um golpe em Outubro de 1987, foi deposto em Outubro do ano passado, na sequência de uma revolta popular (vive no exílio). Os seus aliados foram afastados (e proibidos de participar em eleições) e a Assembleia Nacional aprovou legislação limitando os mandatos presidenciais. Um governo de transição foi constituído com representantes da oposição, da sociedade civil e dos grupos tradicionais com o objectivo de preparar as eleições democráticas marcadas para 11 de Outubro.

O Presidente francês, François Hollande, condenou o golpe — o país já foi colónia francesa — e exigiu a libertação imediata do Presidente e do primeiro-ministro interinos, Michel Kafando e Isaac Zida.

No seu anuncio à nação, o tenente-coronel Bamba disse que será formado um novo governo interino que vai organizar "eleições pacíficas e inclusivas".

No centro da capital, segundo os jornalistas da BBC no país, facções armadas combatem entre si e estava a formar-se uma manifestação de protesto contra o golpe que foi organizado pela própria guarda presidencial.

O presidente da Asembleia Nacional, Cheriff Sy, apelou à população para sair à rua em massa contra o golpe e disse que a guarda presidencial "sequestrou" todo o governo interino.

 

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