Mais de 200 pessoas resgatadas nos Himalaias após tempestade de neve
Há já 28 mortos confirmados, mas número pode aumentar nas próximas horas.
Pelo menos 28 pessoas morreram na sequência de uma tempestade de neve que atingiu os Himalaias na quarta-feira, naquele que é um dos piores desastres do género na região. Há receio de que o número de vítimas seja bem mais elevado, uma vez que continuam as buscas para encontrar dezenas de desaparecidos.
Esta quinta-feira foram encontrados nove corpos e cerca de 220 pessoas foram resgatadas pelas equipas de socorro. À AFP o chefe das operações, Ganesh Rai, contava que foram salvas "154 pessoas, dos quais 76 estrangeiros".
A tempestade atingiu um ponto a 4500 metros de altitude no circuito do Annapurna, muito perto do local mais alto. Por ter sido numa época popular para as expedições de alpinistas, é possível que tenham sido apanhadas muitas pessoas, diz a BBC.
Há pelo menos 85 pessoas desaparecidas, de acordo com os registos das associações de trekking locais. Para auxiliar as buscas, foram enviados dois helicópteros militares e durante a noite foram resgatadas nove pessoas.
Entre os mortos estão nepaleses, canadianos, polacos, eslovacos, indianos e israelitas, segundo a Reuters, mas numa página no Facebook que foi aberta para se partilhar informações sobre o desastre já há publicações de familiares e amigos de cidadãos norte-americanos, canadianos, australianos e sul-coreanos, que se mostram preocupados.
O mau tempo que se tem feito sentir no Nepal – um dos piores dos últimos anos na região – terá sido um efeito do ciclone Hudhud na Índia.
O circuito em causa – um percurso de 240 quilómetros até ao cume do Annapurna, a décima montanha mais alta do mundo, a 8091 metros – é um dos mais populares, segundo os responsáveis das agências de trekking. “Não é particularmente exigente, se se estiver em forma, correndo ou fazendo exercício físico, pode-se fazê-lo”, explicou Hari Thapoliya, membro de uma agência de Kathmandu.
O acidente é um dos mais graves de sempre nos Himalaias e ocorre seis meses depois da morte de 16 pessoas no Evereste. As vítimas eram todas guias sherpa e o episódio levou à suspensão das actividades desta comunidade – indispensável para auxiliar e apoiar os turistas nas subidas. O boicote dos sherpa serviu para chamar a atenção para as precárias condições de segurança que estes guias dispõem para exercer a sua actividade.