Os Agentes do Destino

"Os Agentes do Destino" é a mais recente incursão de Hollywood pelo universo de Philip K. Dick, o visionário autor de ficção científica que já esteve na origem de "Blade Runner", "Desafio Total" ou "Relatório Minoritário".


Nas mãos de George Nolfi, realizador estreante e argumentista dos filmes Bourne e do "Ocean''s Twelve" de Soderbergh, a paranóia alucinada de Dick dá lugar a uma série B escorreita sobre um deputado americano (Matt Damon, sólido) que descobre a existência de uma sociedade dedicada a garantir que os humanos cumprem o destino que lhes coube em sorte - o que, no seu caso, implica uma carreira política meteórica mas nunca mais voltar a ver a mulher por quem se apaixonou (Emily Blunt, encantadora).

Podemos olhar para "Os Agentes do Destino" como uma espécie de versão "light" da "Cidade Misteriosa" de Alex Proyas, mas o que é original na estreia de Nolfi é o modo como o mistério sobrenatural (exposto de modo suficientemente aberto para permitir todo o tipo de leituras) se entrelaça com a comédia romântica num todo despretensioso e despachado que remete forçosamente para as grandes séries B de género dos anos 1950. Não é um grande filme, mas sabe ser sério sem ser sisudo e leve sem cair no superficial, o que hoje em dia é obra.

Sugerir correcção
Comentar