Falar, a propósito de "Burlesque", do musical clássico é um automatismo de ocasião. Quer dizer: em "Chicago", de Rob Marshall, ainda se avistava o género num horizonte longínquo (mas já era, sobretudo, miragem) - por exemplo naquela forma de escravizar os actores a uma tradição de pau para toda a obra (Renée Zellweger, Catherine Zeta-Jones e Richard Gere). Havia, pelo menos, uma memória. Em "Burlesque" a haver memória ela é a de números musicais em cerimónias televisivas. Ali - onde Alan Cumming faz a enésima versão de Joel Grey no "Cabaret" e onde Cher se afirma como a melhor "drag queen" de si própria - desaguam motivos e figuras sem passado nem filiação, reproduções de originais de que se perdeu a memória.
Gerir notificações
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Gerir notificações
Receba notificações quando publicamos um texto deste autor ou sobre os temas deste artigo.
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Notificações bloqueadas
Para permitir notificações, siga as instruções: