O melodrama clássico passou muitas vezes pela instrumentalização de anjos e de situações sobrenaturais para exprimir o excesso do sentimento e o despudor da emoção pura. "Para Além do Horizonte" parte de uma interessante ideia de argumento e de uma complexa panóplia de efeitos especiais, esbarrando, no entanto, na incapacidade de lhes conferir espessura dramática: o que deveria ser delírio e desmesura fica-se pela frouxa colagem aos tiques de um actor, Robin Williams, capaz de bem mais altos voos. Parece mesmo que quanto mais sofisticados são os cenários "pintados" em computador, menor é a violência do gesto. O amor sem barreiras precisaria de um arrojo conceptual que um realizador certinho e correcto não conseguiu dar-lhe. E foi pena.
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