Passos quer pagar a dívida, não reestruturá-la

Chefe do Governo discursou na primeira reunião da Coligação para o Crescimento Verde. Defendeu a necessidade de excedentes orçamentais para reduzir a dívida.

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Nuno Ferreira Santos

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu esta terça-feira que, no chamado período pós-troika, Portugal precisa de acumular excedentes orçamentais para reduzir gradualmente a dívida pública, rejeitando a sua reestruturação.

"O que queremos não é reestruturar a dívida portuguesa, o que queremos é pagá-la, criando as condições para que a nossa economia cresça, mas também gerindo as nossas finanças públicas de modo a libertar excedentes que, no fundo, libertem a própria economia, as empresas, os cidadãos, as famílias do peso que essa dívida hoje nos impõe", afirmou Pedro Passos Coelho.<_o3a_p>

Para isso, a sociedade portuguesa em geral tem de "projectar para esse pós-troika uma determinação muito grande e uma vontade muito grande", considerou.<_o3a_p>

O chefe do executivo PSD/CDS-PP assumiu esta posição numa intervenção que fez na primeira reunião da Coligação para o Crescimento Verde, uma entidade criada pelo Ministério do Ambiente, que junta organizações de diversos sectores.<_o3a_p>

O primeiro-ministro dedicou a primeira parte do seu discurso ao tema do "rácio da dívida pública", que associou ao "nível de esforço" que será necessário no futuro próximo.<_o3a_p>

"Quanto mais elevado esse rádio da dívida pública, maior sempre é a pressão que nos mercados se exerce para com os títulos de dívida", apontou. E acrescentou: "Temos a obrigação nos próximos anos de reduzir a percepção de risco sobre a economia."

Segundo Passos Coelho, não basta uma trajectória "responsável" das finanças públicas: "É preciso mesmo acumular excedentes que nos permitam reduzir o volume de dívida."

O primeiro-ministro defendeu, depois, que a dívida pública tem de ser reduzida "não apenas por efeito do denominador", através do crescimento do produto interno bruto (PIB). "Temos também de actuar sobre o numerador, quer dizer, temos de diminuir mesmo o stock da dívida", disse.<_o3a_p>

"Podemos encarar os próximos anos como uma oportunidade para fazer rolar o stock de dívida que temos hoje e mostrar aos nossos financiadores externos que estaremos em condições também de reduzir esse stock de dívida gradualmente, de modo a que a importância que temos de pagar em matéria de juros pese também progressivamente menos sobre os impostos dos contribuintes e sobre a economia em geral", prosseguiu.<_o3a_p>

Portugal precisa de "ter excedentes orçamentais" que permitam "amortizar mesmo uma parte da dívida nos anos mais próximos", reforçou.<_o3a_p>
 
 

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