Ataque suicida nos subúrbios de Beirute faz quatro mortos

É o segundo atentado no bairro associado ao Hezbollah em menos de um mês na capital libanesa. Grupo ligado à Al-Qaeda reivindicou o ataque.

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Bombeiros tentam apagar fogo num bairro no sul de Beirute STR/AFP

Uma explosão nos subúrbios de Beirute, no Líbano, na manhã desta terça-feira fez pelo menos quatro mortos e 20 feridos, de acordo com a Reuters. Imagens transmitidas pelo canal de televisão Al-Manar, ligado ao Hezbollah, mostram um prédio envolvido em chamas. O ataque foi reivindicado pelos jihadistas da Frente al-Nusra, um ramo da Al-Qaeda.

O local do ataque, o bairro de Haret Hareik, a sul da capital, é um reduto do Hezbollah. Um bombista suicida que transportava um cinto armadilhado terá causado a explosão, por volta das 11 horas (menos duas em Lisboa), segundo a Agência Nacional de Informação libanesa.

A explosão causou pelo menos 35 feridos, segundo uma contagem da Cruz Vermelha. O Hospital Bahman recebeu 31 dos feridos, de acordo com o jornal libanês Daily Star.

A Frente al-Nusra, uma organização sunita síria associada à Al-Qaeda, reivindicou o ataque, segundo o mesmo jornal. Trata-se de um ramo do grupo jihadista que emergiu durante a Guerra Civil na Síria e que, no início do conflito, lutava ao lado dos rebeldes, mas que, nos últimos meses, tem prosseguido uma agenda própria à revelia da oposição síria.

"Com a ajuda de Deus todo-poderoso, respondemos aos massacres perpetrados pelo partido do Irão [referência ao Hezbollah] (...) com uma operação mártir no seu território nos bairros do sul" de Beirute, lia-se, segundo a AFP, na conta de Twitter do grupo.

O primeiro-ministro interino, Najib Mikati, convocou uma reunião da comissão de emergência do Governo, avança a BBC.

Trata-se do segundo ataque no mesmo bairro no espaço de algumas semanas. A 2 de Janeiro, um carro armadilhado explodiu em Haret Hareik, provocando a morte a cinco pessoas e causando 20 feridos, tendo sido reivindicado igualmente pela Frente al-Nusra. O ataque desta terça-feira ocorreu a apenas 70 metros da explosão do início do mês, de acordo com o Daily Star.

A violência no Líbano tem escalado nos últimos meses como consequência do conflito na vizinha Síria. O Hezbollah tem lutado activamente ao lado das forças do Presidente sírio, Bashar Al-Assad, ambos xiitas da tribo alauita.

O papel do Hezbollah na guerra civil síria tem levado a respostas violentas dos sunitas libaneses, que têm atacado feudos do grupo xiita no país. Para além da violência, o Líbano convive com uma crescente instabilidade política, estando desde Março sem um Governo pleno em funções.
 

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