O maior campo de refugiados do mundo está em risco por falta de dinheiro

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Dadaab é o maior campo de refugiados do mundo Roberto Schmidt/AFP

O esgotamento dos fundos põe em risco a contjnuação de serviços essenciais no maior campo de refugiados do mundo, Dadaab, no Quénia, alertam esta quinta-feiras várias agências de ajuda humaniária. As dezenas de milhares de pessas que lá estão correm perigo de vida.

“A necessidade é maior do que nunca”, sublinha o apelo conjunto destas oito agências, entre as quais se incluem as britânicas Oxfam e a Save the Children, e que contabilizam um défice de 25 milhões de dólares para enfrentar apenas o que é mais urgente: a construção de 30 mil novos abrigos (só há dinheiro para 4000) e o abastecimentos de água e saneamento para mais de 50 mil refugiados, que correm elevado risco de contraírem cólera.

Cerca de meio milhão de pessoas vivem actualmente no campo de Dadaab, perto da fronteira com a Somália. A população do complexo de Dadaab aumentou em mais de um terço ao longo do último ano, devido ao afluxo de dezenas de milhares de somalis que fugiram da seca e da violência no seu país de origem.

Muitas destas pessoas vivem em tendas provisórias, que pouco duram sob as difíceis condições meteorológicas da região, e as agências que trabalham no campo sublinham ser necessário construir alojamentos e estruturas mais resistentes e capazes de providenciar abrigo e uma forma de vida a longo prazo para estes refugiados.

“Os campos são apenas soluções temporárias e a situação está a tornar-se insustentável. Estes fundos são necessários – imediatamente – para salvar vidas. O mundo tem a obrigação de não virar as costas a Dadaab e às necessidades destas pessoas. É óbvio que não podemos continuar a injectar dinheiro, ano após ano, nestas soluções provisórias. Os campos vão ficando cada vez maiores”, avaliou o director da Oxfam no Quénia, Nigel Tricks, citado pela BBC.

“Uma nova abordagem é urgente”, prosseguiu. Fazendo eco de tais preocupações, o director da CARE no Quénia, Stephen Vaughan, sublinhou que “se as crianças não forem à escola e se as pessoas não tiverem abrigos condignos e outros serviços básicos humanos, a situação actual no terreno tem o potencial de desencadear ainda mais instabilidade, violência e militarização. Estamos a enfrentar uma situação que envolve o custo de vidas humanas e também a segurança na região”.

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