Ataque do Exército sírio faz 52 mortos em Deir Ezzor e Houlé

Carros de combate e veículos blindados do Exército sírio atacaram esta madrugada Deir Ezzor, a maior cidade no Leste do país e palco de frequentes protestos contra o regime de Assad, e também a cidade de Houlé. Morreram 52 civis nesta operação.

Cerca de 250 veículos entraram em vários bairros de Deir Ezzor, situada a 450 quilómetros de Damasco, e bombardeamentos foram ouvidos em, pelo menos, três zonas, contou à AFP Rami Abdel Rahman, director do Observatório Sírio dos Direitos do Homem, sediado em Londres. Só nesta cidade terão sido mortas 42 pessoas,adianta Abdel Karim Rihaoui, da Liga Síria dos Direitos do Homem.

Desde quarta-feira que muitas pessoas têm fugido da cidade, perante a ofensiva do Exército sírio, informou aquele Observatório.

A Liga Árabe, entretando, apelou à autoridades sírias para porem "imediatamente fim a todos os actos de violência e às campanhas securitárias contra os civis", no primeiro comunicado oficial desta organização pan-árabe sobre a repressão na Síria.

O Presidente sírio, Bashar al-Assad, justificou o ataque, durante um encontro com o ministro libanês dos Negócios Estrangeiros, Adnane Mansour, revela a agência oficial Sana, dizendo que age para manter a ordem: "Agir contra os fora-da-lei que cortam as estradas, fecham cidades e aterrorizam a população é uma obrigação do Estado, que quer defender a segurança e proteger a vida dos cidadãos".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou a Assad para acabar com os combates militares contra os seus opositores. Ban Ki-moon expressou “a sua profunda preocupação e a da comunidade internacional com a violência crescente e com o número de mortos na Síria nos últimos dias”, contou o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.

Pelo menos 2038 pessoas já morreram na Síria desde o início do levantamento, em meados de Março, contra o regime do presidente Bashar al-Assad, segundo o Observatório. Centenas de outras estão detidas. Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Walid al-Mouallem, prometeu eleições legislativas “livres e transparentes” até ao fim do ano.

Ontem, as monarquias do Golfo pediram, pela primeira vez, o fim do derramamento de sangue.

Durante a oração do Angelus, hoje o Papa Bento XVI apelou a Damasco para "responder às legítimas aspirações" da população, admitindo estar "vivamente preocupado" com os "episódios dramáticos e mais frequentes de violência na Síria, que causaram numerosas vítimas e graves sofrimentos".

Notícia actualizada às 15h11
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