Mineiros soterrados no Chile falam por radiotelefone com familiares
Os 33 mineiros chilenos soterrados numa mina no Norte do país há mais de três semanas falaram pela primeira vez de viva voz com os familiares à superfície, através de um sistema de radiotelefone.
Os familiares, um apenas por cada mineiro, fizeram fila no domingo ao fim do dia junto à cabine especial e puderam conversar durante um minuto. Os psicólogos que seguem esta crise aconselharam os familiares a manterem sempre um tom positivo e encorajador.
Até agora, os mineiros tinham apenas conseguido comunicar através de mensagens escritas enviadas para a superfície, e algumas imagens de vídeo, desde que foram detectados os primeiros sinais de que aqueles homens estavam vivos, a 22 deste mês, 17 dias após o aluimento que os deixou soterrados.
A comunicação com os mineiros é tida como um factor crucial nos esforços das equipas de resgate para manter em alta a moral dos 33 homens, cujo salvamento pode demorar até quatro meses.
“Ele estava com a voz clara e forte”“Foi uma conversa muito curta, mas linda, como precisávamos para nos tranquilizarmos”, afirmou a mulher de Victor Zamora. E o pai do jovem mineiro Carlos Barrios, Antenor, relatou ter ouvido o filho “cheio de forças e de determinação”: “Ele estava com a voz clara e forte, fiquei muito emocionado”.
A escavação de um poço, com uns 66 centímetros de diâmetro, para os resgatar do refúgio subterrâneo em que se encontram, a 700 metros de profundidade, deverá começar hoje, tendo o ministro chileno das Minas reiterado que pode levar entre 90 e 120 dias até se conseguir trazer os mineiros de volta à superfície. Ontem foi sugerido estar a ser estudado um “plano B” que pode diminuir para metade aquele período de tempo até ao salvamento.