Peritos da ONU já estão no Líbano para averiguar atentado que matou Hariri

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A equipa é chefiada por Peter Fitzgerald, vice-comandante da polícia irlandesa Wael Hamzeh/EPA

Chegou hoje ao Líbano a equipa de peritos enviada pelas Nações Unidas ao Líbano para averiguar as circunstâncias do atentado que provocou a morte ao ex-primeiro-ministro, Rafik al-Hariri. A visita ocorre numa altura de crescente pressão para a retirada das tropas sírias do país.

As autoridades de Beirute rejeitaram os apelos para a realização de um inquérito internacional ao atentado de 14 de Fevereiro, que provocou um total de 16 mortos, mas garantiram a colaboração com a equipa de peritos enviados pelo secretário-geral da ONU.

A equipa foi criada por Kofi Annan, depois do Conselho de Segurança da ONU ter pedido ao secretário-geral para apurar, de forma urgente, "as circunstâncias, causas e consequências do assassinato" do ex-primeiro-ministro, a fim de serem retiradas consequências.

Os três peritos, que não tem poderes reais de investigação, vai visitar o local do atentado, na movimentada marginal de Beirute, contactar com as autoridades locais e a família de Hariri.

Numa conferência de imprensa em Beirute, o chefe da equipa, o vice-comandante da polícia irlandesa, Peter Fitzgerald, prometeu "absoluta imparcialidade e profissionalismo" no tratamento da questão.

"Estou ansioso por trabalhar em conjunto com as autoridades libanesas e para saber quais os progressos da investigação a este crime horrendo", afirmou, prometendo ouvir também testemunhas e pessoas que possam deter informações sobre o atentado.

O assassinato de Hariri, visto como o principal rosto da reconciliação das várias comunidades que compõem o país, fez renascer o fantasma da guerra civil que abalou o Líbano entre 1975 e 1990. A oposição apressou-se a responsabilizar o Presidente pró-sírio Emile Lahoud e Damasco pela morte de Hariri — acusações prontamente negadas pelos visados.

Nas últimas semanas, têm-se multiplicado as manifestações para exigir a retirada dos 14 mil militares sírios que permanecem no país, naquela que é a forma mais visível da influência exercida por Damasco sobre o país vizinho. A mesma exigência tem sido feita pelos EUA, que exigiram à Síria o cumprimento da resolução da ONU sobre a retirada imediata e completa dos seus militares estacionados no Líbano.

Ontem, Damasco anunciou a retirada parcial dos seus efectivos estacionados na costa e no vale de Bekaa, próximo da fronteira com a Síria, mas a movimentação ainda não começou.

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