Governo guineense promete publicar segunda-feira o relatório do inquérito ao incidente com a TAP

Ministro da Justiça diz que o Governo vai tomar medidas disciplinares contra as pessoas envolvidas no caso.

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TAP suspendeu voos directos para a Guiné-Bissau Nelson Garrido

O Governo de transição da Guiné-Bissau promete publicar na segunda-feira o relatório da comissão de inquérito ao incidente com o avião da TAP forçado a transportar para Lisboa 74 sírios com passaportes falsos, disse o ministro da Justiça, Saido Baldé.

Presidente da comissão de inquérito ao incidente registado no dia 10 deste mês, Saido Baldé deu estas indicações aos jornalistas no final da segunda reunião extraordinária do Conselho de Ministros convocada para esta sexta-feira e sábado para analisar o incidente com a TAP. O ministro não quis revelar os elementos que constam no relatório, mas prometeu que na segunda-feira às 11h o documento será tornado público no Ministério da Justiça.

Na reunião deste sábado estiveram presentes vários ministros, entre os quais Delfim da Silva, ministro demissionário da pasta dos Negócios Estrangeiros. O ministro demissionário do Interior, António Suca Ntchama, que esteve presente na reunião do Conselho de Ministros de sexta-feira, não esteve no encontro.

Falando aos jornalistas no final da reunião de sexta-feira, Saido Baldé afirmou que o Governo vai tirar ilações políticas e adoptar medidas disciplinares contra os implicados no caso, mas também irá remeter as conclusões do inquérito ao Ministério Público, para que tome medidas judiciais.

Um homem de 51 anos, guineense e empresário, está detido, apontado como tendo facilitado a ida dos 74 sírios de Marrocos até Bissau, onde foram embarcados à força num voo da TAP para Lisboa. Chegados à capital portuguesa, os passageiros pediram asilo político às autoridades.

O incidente foi considerado grave por Portugal e pela União Europeia e levou a TAP a cancelar a única ligação directa entre a Guiné-Bissau e a Europa. A transportadora aérea nacional já fez saber que não tem planos para retomar a rota para Bissau, que dispunha de três voos semanais para Lisboa.

Os passageiros ficaram alojados na colónia de férias "O Século", mas pelo menos 17 já abandonaram as instalações. Fonte oficial do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras garantiu ao PÚBLICO que a instituição conhece o paradeiro destes cidadãos.

 
 

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