António Costa “tem sido um exemplo extraordinário” para o seu consultor

Lacerda Machado confirma. “É um facto que sou talvez o melhor amigo do primeiro-ministro”, disse no Parlamento.

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Diogo Lacerda Machado no Parlamento Enric Vives-Rubio

Primeiro, um verdadeiro interrogatório do PSD, a que Diogo Lacerda Machado respondeu, pergunta a pergunta. Depois, uma quase partilha de laços com o deputado do PS, Ascenso Simões. “Este assunto não é assunto nenhum. É só um assunto porque o senhor tem a sorte, como eu tenho, de ser amigo do senhor primeiro-ministro”, disse-lhe o deputado socialista.

O advogado, que está a ser ouvido no Parlamento nesta quarta-feira a pedido do PSD, confirmou o que o próprio António Costa já tinha referido, a 10 de Abril, numa entrevista ao Diário de Notícias e à TSF. “É um facto que sou talvez o melhor amigo do primeiro-ministro”, disse.

Para Lacerda Machado, o actual primeiro-ministro “tem sido sempre um exemplo extraordinário de dedicação à causa pública, prescindindo de uma carreira brilhante que poderia ter tido como advogado”.

E, por isso, explicou o consultor, contratado oficialmente por António Costa a 15 de Abril, “a última coisa que faria seria negar-lhe uma ajuda, exigir-lhe pagamento”. Isto embora, logo na intervenção inicial, tenha admitido que a ausência de um contrato pode ter sido “menos conforme ao valor da transparência”.

A audição desta quarta-feira é sobre o envolvimento do advogado, amigo do primeiro-ministro desde os tempos de faculdade e seu padrinho de casamento, nas negociações com o consórcio que comprou 61% da TAP. Tem, no entanto, sido alargada a outros temas, até por iniciativa do próprio Lacerda Machado.

O consultor confirmou que a sua participação na busca de uma solução para os lesados do papel comercial do GES começou ainda antes de o PS formar Governo. “A minha intervenção começa antes sequer da campanha eleitoral, no momento em que o senhor primeiro-ministro é interpelado por alguns lesados. Nesse mesmo dia, ligou-me e pediu-me que procurasse estas pessoas para as ajudar numa eventual solução”, referiu. Já foi assinado um memorando de entendimento com vista a minorar as perdas destes investidores, mas a solução ainda não é conhecida.

Já sobre o seu envolvimento no diferendo accionista no BPI, Lacerda Machado explicou que a sua actuação “foi muito mais como mediador”. “Fiz um curso de mediador que vou usando para ajudar as pessoas”, acrescentou. Neste caso, e apesar do acordo anunciado inicialmente entre o CaixaBank e Isabel dos Santos, houve entretando uma nova ruptura, que ainda está por sanar

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