Brasil no topo dos investidores externos em Portugal

Operação de incorporação da PT na Oi explica parte do fenómeno.

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REUTERS/Nacho Doce

O Brasil liderou a entrada de investimento directo estrangeiro (IDE) em Portugal no ano passado, embalado pelas operações financeiras que envolveram a incorporação da PT na Oi.

Este negócio acabou por levar ao desmembramento do grupo, com a venda da PT Portugal à Altice, mas ficou a impressão digital da circulação de capital. Os dois mil milhões de euros que a Oi aplicou na PT para a capitalizar explicam parte do facto de o Brasil liderar o ranking em 2014, mas não tudo.

Conforme já escreveu o PÚBLICO, entre Janeiro e Julho o investimento directo estrangeiro (IDE) bruto do Brasil em Portugal chegou aos 3552 milhões de euros. E nem entidades como a Câmara do Comércio e Indústria Luso-Brasileira conseguiram perceber o fenómeno.

Actualmente,  devido a uma mudança de metodologia do Banco de Portugal, já não é possível conhecer os valores de IDE bruto, mas apenas o passivo (semelhante ao investimento líquido, com desinvestimentos). Em termos anuais, e segundo dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e do Banco de Portugal, em 2014 o passivo do Brasil foi de 3501 milhões. Em 2013, o valor do passivo tinha sido de 92 milhões de euros (o que provoca uma subida abrupta foi 3711% entre os dois anos em análise). Depois, em segundo lugar, segue-se a Holanda (com 1324 milhões, menos 44% face ao ano anterior)) e Espanha (577 milhões, face a um saldo negativo de 393 milhões em 2013, com os desinvestimentos a superarem os novos investimentos).

Angola aparece em quarto lugar, com 483 milhões de euros (um crescimento de 368%) e França aparece na quinta posição, com 461 milhões (mais 116%). Em termos agregados, verifica-se que os países da União Europeia foram responsáveis por um passivo de 2569 milhões de euros em 2014, o que mostra uma quebra de 63% face ao ano anterior. 

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