Confiança dos consumidores recupera nos dois primeiros meses do ano

Poupança e avaliação mais positiva da situação financeira animam indicador.

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No comércio, as expectativas sobre o volume de vendas melhoraram Daniel Rocha

Depois de um agravamento em Dezembro, o indicador de confiança dos consumidores recuperou nos dois primeiros meses deste ano, ao mesmo tempo em que estabilizou o indicador de clima económico na indústria transformadora, construção e comércio. A confiança dos consumidores, calculada a partir do inquérito de conjuntura do Instituto Nacional de Estatística (INE) com base em médias móveis de três meses, desde sempre esteve em terreno negativo e assim continua.

Os dados publicados nesta quinta-feira pelo INE mostram que o indicador passou de -20,8 pontos em Janeiro para -19,4 em Fevereiro, depois de ter piorado na recta final do ano passado, ao atingir -23,5 pontos em Dezembro.

A recuperação em Fevereiro, explica o instituto estatístico, reflectiu “o contributo positivo das expectativas relativas à evolução da situação financeira do agregado familiar, da poupança e da situação económica do país, uma vez que as perspectivas sobre a evolução do desemprego contribuíram negativamente”.

As expectativas de poupança melhoraram, assim como a opinião sobre a evolução passada e futura da situação financeira do agregado familiar. Em relação à compra de bens duradouros, as expectativas dos consumidores também recuperaram este mês, depois de um agravamento em Dezembro e Janeiro.

As perspectivas sobre a evolução do desemprego nos próximos 12 meses continuam a ser negativas, tendência que acontece desde Setembro. No entanto, sem a utilização de médias móveis de três meses, há uma melhoria.

Do lado das empresas, o clima económico estabilizou, com uma melhoria na indústria transformadora, na construção e no comércio e uma diminuição nos serviços.

Na indústria transformadora, houve um aumento ténue, que o INE explica com o contributo positivo das opiniões sobre a procura global, as apreciações relativas aos stocks de produtos acabados e em relação às expectativas de produção.

Se as perspectivas melhoraram, divergiram daquilo que é o saldo das opiniões sobre a produção actual, que se agravou nos últimos cinco meses, “embora tenuemente em Fevereiro”.

Nas empresas orientadas para o mercado interno, as opiniões relativas à procura interna recuperaram de forma ligeira em Janeiro e Fevereiro, “interrompendo a trajectória negativa dos três meses anteriores”. Já nas empresas com a produção orientada para as vendas ao estrangeiro, agravaram-se as apreciações sobre a procura externa.

A recuperação das expectativas de emprego e das opiniões sobre a carteira de encomendas contribuíram para a melhoria da confiança no sector da construção e obras públicas, enquanto no comércio a recuperação se deveu ao “contributo positivo das perspectivas de actividade e, sobretudo, das apreciações sobre o volume de vendas”.

No caso dos serviços, houve uma quebra no indicador, que o INE explica com um “ agravamento das opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas”.

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