O que a Grécia quer e a Europa recusa

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Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego François Lenoir /reuters

Para conseguir assegurar o financiamento de que precisa sem continuar a ser sujeito ao programa da troika assinado pelo anterior Governo, o executivo liderado por Alexis Tsipras avança com uma solução: emitir mais dívida pública de curto prazo que lhe garanta que consegue cumprir todos os seus compromissos financeiros até Setembro. Nessa altura, então, seria estabelecido um programa de financiamento mais duradouro com os parceiros europeus.

Os outros governos europeus e também o BCE não gostam desta solução. No programa da troika para a Grécia ficou estabelecido um limite de 15 mil milhões de euros para a quantidade de emissões de dívida pública de curto prazo que a Grécia pode fazer.

O limite foi imposto para evitar que o país vá pagando as suas dívidas de logo prazo apenas através de empréstimos de curta duração concedidos pelos bancos gregos. O BCE, em particular, considera que isso põe em causa a solvabilidade dos bancos e a estabilidade de todo o sistema financeiro.

Por isso, a Grécia tem encontrado nos seus encontros nas capitais europeias (e em Frankfurt também) uma resposta insistente: para ter o financiamento do Estado e dos bancos assegurado, é preciso que o actual programa da troika, com as condições que lhe estão associadas, seja prolongado para além do seu actual prazo de 28 de Fevereiro. Algo que Alexis Tsipras e Yanis Varoufakis têm, desde o primeiro dia após a tomada de posse, recusado.

Para conseguir resolver esta divergência, serão necessárias cedências muito significativas de alguma ou de ambas as partes. E o prazo para tal acontecer é cada vez mais curto.

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