A dois dias da assembleia-geral de accionistas da PT SGPS, onde será votada a proposta de venda da PT Portugal (que tem a Meo e Sapo, entre outros) aos franceses da Altice, tudo está em aberto, com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a considerar que “há aspectos ainda a carecer de clarificação”, lembrando que “estão ainda em curso processos administrativos e outros cujas conclusões poderão trazer novos elementos”.

“Estou preocupado com os efeitos desta discussão entre accionistas na PT Portugal. A PT Portugal merece ter accionistas que valorizem e lhe dêem estabilidade quanto antes”, disse o governante.

“Como ministro da Economia, mais do que todos esses aspectos ligados aos accionistas, o que me preocupa é o futuro da PT Portugal”, apontou Pires de Lima, sublinhando que se trata de uma “empresa relevante para economia portuguesa”, responsável por vários postos de trabalho e que “merece encontrar accionistas estáveis para sair desta sombra, que se tem adensado nos últimos meses, rapidamente”.

O ministro reiterou que o Estado não interfere em empresas privadas, mas disse que não pode deixar de seguir “com atenção e alguma preocupação” a actual situação.

“Sei bem como indefinições ao nível dos accionistas podem afectar gravemente o funcionamento operacional de uma boa empresa e nós já vivemos experiências noutros sectores no passado que nos deviam servir de exemplo”, salientou.

“Espero que a assembleia-geral possa dar passos clarificadores que permitam limpar estas sombras que ameaçam contaminar a operação da PT Portugal”, disse, apontando que “a empresa tem imensas qualidades” e “uma grande capacidade operacional”.

“Quanto mais depressa uma boa empresa encontrar accionistas estáveis e com capacidade de investir na empresa melhor”, concluiu.