Alterações estatísticas colocam crescimento económico em 0,9% no segundo trimestre

Contributo da procura interna foi menor do que nos três primeiros meses do ano.

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A economia portuguesa cresceu 0,9% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2013. A estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) foi revista ligeiramente em alta com a passagem das contas nacionais para o novo Sistema Europeu de Contas (SEC 2010), que implica alterações metodológicas.

Numa primeira estimativa, feita ainda de acordo com a anterior base estatística (SEC 95), o INE apontava para um crescimento homólogo do PIB de 0,8% no segundo trimestre.

As estimativas já estavam ajustadas à sazonalidade. E no novo sistema de contas, que o INE reviu de 1995 a 2011, passam simultaneamente a estar ajustadas de efeitos de calendário. Foi o que aconteceu neste caso. Um dos factores que levou à revisão da estimativa do INE em uma décima foi o efeito associado ao feriado da Páscoa. O impacto na variação homóloga é limitado, mas tem um impacto mais significativo na variação em cadeia.

O crescimento entre o primeiro e o segundo trimestre foi de 0,3%, quando na primeira estimativa (feita com base no sistema de contas anterior) era estimado um crescimento de 0,6%.

Em 2013, a Páscoa foi celebrada em Março (primeiro trimestre), enquanto este ano o feriado foi em Abril (segundo trimestre), o que tem impactos quer nas exportações, quer no consumo privado (nas despesas associadas ao turismo, por exemplo). Com estes novos resultados, frisa o INE, “em que o efeito Páscoa está descontado, a recuperação do PIB no segundo trimestre de 2014 relativamente ao trimestre anterior é menos acentuada do que o indicado pela estimativa rápida”.

A procura interna desacelerou e o contributo para a variação homóloga do PIB caiu. Enquanto nos três primeiros meses do ano, era de 3,3 pontos percentuais, de Abril a Maio o contributo passou para 1,8 pontos. A diminuição, explica o INE, deve-se sobretudo ao abrandamento do investimento.

Já a procura externa líquida (o saldo entre as importações e as exportações) continua a ter um contributo negativo, mas de Abril a Junho esta variável teve um contributo de -0,9 pontos percentuais para a variação do PIB, quando nos três primeiros meses do ano o contributo era de -2,3 pontos.

Com o novo sistema europeu de contas, as alterações metodológicas implicam a substituição da base estatística, que passa a ter 2011 como ano de referência, em vez de 1995. As despesas em investigação e desenvolvimento passam a ser registadas como investimento, o que, somado a outras revisões metodológicas e à introdução de nova informação estatística, levou a um aumento do valor do produto interno bruto (PIB).

 

 

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