Brasileiros tentam controlar a Chiquita

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Guerra da banana em curso Paul J. Richards/AFP

A guerra pelo controlo da Chiquita, uma das maiores produtoras de banana do mundo, atingiu este fim-de-semana um novo episódio. As famílias brasileiras Safra e Cutrale, interessadas na companhia, apelaram aos accionistas da Chiquita para que recusem a proposta de fusão com a irlandesa Fyffes, que está em cima da mesa, e aceitem a sua oferta de compra.

Em termos duros, Joseph Safra, o maior banqueiro do Brasil, e José Luís Cutrale, líder na produção de sumos de laranja, com propriedades em São Paulo, pedem que os accionistas da Chiquita aceitem a sua proposta de compra (13 dólares) por acção e rejeitem a fusão com a Fyffes.

Num comunicado divulgado ao mercado, Safra e Cutrale acrescentam que a decisão da administração da Chiquita de avançar com a combinação de operações com os irlandeses, que são um dos maiores distribuidores mundiais de fruta tropical, e de rejeitar a proposta brasileira é “a continuação do seu recorde de decisões estratégicas falhadas e de destruição de valor dos accionistas”.

A fusão entre a Chiquita e a Fyffes foi acertada em Março passado e tudo indicava que estaria garantida. Mas, na segunda feira-passada, Safra e Cutrale apresentarem uma proposta de aquisição avaliada em 1250 milhões de dólares. O pagamento seria feito através de 611 milhões de dólares em dinheiro fresco e o restante através da assunção de dívida da companhia.

O valor oferecido representa um prémio de cerca de 30% face ao valor de fecho das acções da Chiquita na sexta-feira anterior à formalização da proposta de compra, mas os analistas entendem que por menos de 15 dólares por acção será difícil convencer os accionista da bananeira – apesar de eles terem demonstrado, até ao momento, pouco entusiasmo pela fusão, afirmava ontem o Financial Times.

Safra e Cutrale pedem, ainda, que os accionistas da Chiquita adiem a assembleia geral prevista para Setembro, onde os pormenores da fusão com a Fyffes iriam ser discutidos e aprovados.

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