Investimento na Rioforte faz PT encolher 35% em bolsa

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Continuidade de Henrique Granadeiro à frente da PT esteve em análise na reunião da administração Daniel Rocha

Aplicação de 900 milhões na holding não financeira do GES continua a castigar a operadora em bolsa.

Quando, em 2000, a PT e o BES assinaram a parceria estratégica que os fez trocar participações accionistas, ninguém imaginava que essa mesma aliança viria a colocar a operadora sob pressão, empurrando-a para uma desvalorização bolsista que em menos de duas semanas retirou mais de 35% do valor aos títulos. Hoje, a posição de 10,05% do BES na PT, que obrigou o banco a reconhecer uma imparidade de 37 milhões nas contas de 2013 e que estava avaliada no balanço em 278 milhões de euros, tem um valor de mercado de cerca de 167 milhões de euros (as acções fecharam ontem nos 1,86 euros).

Se é consensual que os investimentos de curto prazo são habituais na gestão corrente de uma empresa, também é verdade que uma regra que todos os investidores conhecem é a da diversificação. O mercado não percebe por que é que a PT aplicou 900 milhões de euros em papel comercial da Rioforte, quando já eram conhecidos os problemas financeiros do GES. Não percebe e continua a castigar a empresa em bolsa, à espera de perceber quais os impactos que a operação terá na fusão com a brasileira Oi. Ontem realizou-se um conselho de administração da PT em que esteve em cima da mesa a continuidade de Henrique Granadeiro à frente da operadora. Se essa é uma das questões mais relevantes do momento, outra é perceber o que acontecerá na próxima quinta-feira, data em que vence a primeira das emissões da Rioforte, de quase 850 milhões de euros.

Se houver um prejuízo efectivo (incumprimento da Rioforte) para os accionistas da Oi, estes terão “margem jurídica” para exigir que os rácios de troca da fusão sejam menos favoráveis aos accionistas da PT. A avaliação da PT terá de ser revista e os accionistas da empresa terão de decidir se aceitam ficar com menos que os 37% do capital da nova empresa, como estava previsto. Mas parece pouco provável que esteja em causa a concretização de um negócio já num estado tão avançado e que também interessa aos grandes accionistas brasileiros, consideram.

 

  


 

  

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