OCDE: Banco Central Europeu deve cortar a taxa de juro para zero

Organização defende avanço de medidas não convencionais se inflação se mantiver nos níveis actuais.

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OCDE coloca maior pressão sobre o BCE, presidido por Mário Draghi. Daniel Roland/AFP

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) defende que o Banco Central Europeu (BCE) deve "cortar a principal taxa de juro para zero" e mantê-la nesse nível por um longo período.

A organização, que divulgou nesta terça-feira o Economic Outlook, defende que o BCE deve avançar com medidas não convencionais se a inflação não recuperar ou se existir risco de deflação.

No documento, a OCDE estima que a inflação na zona euro atinja os 1,3% em meados de 2015, um valor que fica longe do objectivo de médio prazo fixado pelo BCE para garantir a sustentabilidade de preços, que se situa próximo dos  2%.

É na sequência desta diferença que a organização avança que "o BCE deve cortar a taxa de juro principal para zero e mantê-la neste nível por um longo período de tempo".

A taxa de referência do BCE está desde Novembro do ano passado em 0,25%. Desde então, o presidente do BCE, Mario Draghi, tem manifestado disponibilidade para cortar as taxa de refinanciamento se fosse necessário, mas até agora ainda não alterou a política monetária.

A ausência de novas medidas por parte do banco central tem gerado uma subida nas taxas Euribor, fixadas no mercado interbancário, que ainda não é muito expressiva, mas que, a manter-se, vai gerar uma subida nos encargos com juros nos empréstimo das famílias, com destaque para o crédito à habitação e às empresas.

Draghi também tem referido que o BCE poderá tomar mediadas não convencionais e na última reunião de governadores foi discutida a possibilidade de a instituição avançar com um programa de quantitative easing (compra de activos), o que permitiria baixar os juros e aumentar a liquidez.

"Ainda não acabámos as medidas convencionais [de política monetária], mas todos os instrumentos que temos no mandato [do BCE], incluindo quantitative easing, vão ser considerados”, disse Mario Draghi, no final da reunião de Abril.

Esta quinta-feira, o BCE volta a reunir-se, e apesar da ligeira subida da inflação em Abril (para 0,7%, contra 0,5 em Março), o valor continua muito abaixo do objectivo de médio prazo da instituição, o que faz aumentar  a expectava face às decisões do encontro.

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