Bloco quer defensores da austeridade a "bazar" com bilhete só de ida

Acção em Lisboa serviu para apresentar o material que o partido vai distribuir na campanha eleitoral.

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Marisa Matias está no Parlamento Europeu desde 2009 Paulo Ricca/Arquivo

O Bloco de Esquerda organizou esta segunda-feira uma acção onde voltou a rejeitar o tratado orçamental e se passeou com um objecto a simular um avião da "Bazem Airlines", com bilhetes só de ida para diversas personalidades.

O Presidente da República, Cavaco Silva, o chefe do Governo, Pedro Passos Coelho, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e também figuras do PS, como o secretário-geral António José Seguro e o cabeça de lista às europeias, Francisco Assis, foram alguns dos "contemplados" com um bilhete só de ida, numa acção que contou com a cabeça de lista bloquista às europeias, Marisa Matias, e a coordenadora do partido Catarina Martins.

"Há pelo menos duas questões em que há uma linha divisória clara" entre o BE e PSD, CDS-PP e PS, diz Marisa Matias: "A austeridade, no centro desta questão, e o tratado orçamental. Entendemos que não é compatível a adopção do tratado orçamental com uma política de esquerda, de maior justiça social", afirmou a eurodeputada.

A candidata, em conjunto com Catarina Martins e o mandatário da campanha para as europeias, esteve presente numa acção com jovens, na Rua do Carmo, no centro de Lisboa, onde foi apresentado o material de campanha para as europeias destinado aos jovens, entre os quais um desdobrável com um avião de papel da "Bazem Airlines". Marisa Matias lembrou que muitos jovens têm vindo a ser "forçados" a sair de Portugal, "de avião ou por outros meios", em virtude da política de austeridade que urge "pôr a andar" para fora do país.

"São mais de 120 mil em cada ano [que emigram]. Às vezes não só jovens, mas maioritariamente jovens que não têm aqui alternativa de emprego, num país em que a taxa de desemprego jovem supera os 40%", sublinhou a eurodeputada e novamente candidata ao Parlamento Europeu. Um voto no BE nas eleições de 25 de Maio representa, diz Marisa Matias, um voto "em quem quer romper com este ciclo de políticas", realçando que o PS votou favoravelmente o tratado orçamental europeu que impõe limites da dívida e do défice.

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