Eurogrupo confirma que decisão sobre saída do programa de ajuda só será tomada em Maio

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Olli Rehn, esta manhã, à entrada da reunião em Atenas LOUISA GOULIAMAKI/AFP

Os responsáveis da zona euro confirmaram esta terça-feira que a decisão sobre o modelo de saída de Portugal do programa de ajuda externa só será tomada dentro de um mês, escassos dias antes da sua conclusão a 17 de Maio.

“Seguramente não haverá uma conclusão hoje sobre isso, temos um pouco mais de tempo e penso que o governo português terá primeiro que tomar uma decisão e depois discutiremos no Eurogrupo, por isso não espero conclusões hoje”, afirmou Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, à chegada a uma reunião informal dos ministros das finanças da zona euro, em Atenas, Grécia, que começará a debater a questão.

“É sensato aproveitar o tempo que temos. O programa só acaba em meados de Maio, por isso ainda temos tempo para levar em consideração o desenvolvimento da economia e como é que os mercados respondem”, prosseguiu Dijsselbloem. Neste contexto, “penso que devemos aproveitar esse tempo antes de tomarmos uma decisão final, por isso não será hoje”, confirmou.

Olli Rehn, comissário europeu responsável pelos assuntos económicos e financeiros, assumiu por seu lado uma posição de relativa cautela que continua a pender, implicitamente, para a possibilidade de Portugal sair do resgate com o apoio de uma rede de segurança europeia sob a forma de um programa cautelar – uma linha de crédito da zona euro para apoiar o regresso do país ao mercado da dívida para se financiar.

Esta posição contraria os sinais crescentes que têm sido emitidos pelo Governo e que apontam para uma preferência por uma saída “limpa” do programa, ou seja, um regresso puro e simples ao mercado da dívida. Um eventual apoio europeu obrigaria o país a assumir um novo programa de ajustamento económico e financeiro embora mais brando que o actual.

“Pensávamos e continuamos a pensar que mais vale prevenir que remediar”, afirmou Olli Rehn, à entrada da mesma reunião.

No entanto, o comissário temperou a sua posição com o reconhecimento de que “tem havido melhorias significativas na economia portuguesa e na percepção que os mercados têm da economia portuguesa. As coisas evoluíram e estamos à espera de uma decisão do governo português”, afirmou.

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