Menos de metade dos portugueses diz que reforma será o principal rendimento

Estudo da Nielsen indica que 31% prevêem recorrer a poupanças.

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Medida será temporária e não afecta pensões mais baixas Paulo Ricca/Arquivo

Quarenta por cento dos portugueses acreditam que será a reforma a sua principal fonte de rendimento quando se aposentarem, de acordo com um estudo elaborado pela consultora Nielsen e divulgado nesta segunda-feira.

Segundo o relatório "Envelhecer: Receio em Relação ao Futuro", 31% dos inquiridos referiram que serão obrigados a recorrer também às suas poupanças. A análise destaca também que 17% irão recorrer aos seus planos de reforma para viver durante os anos de aposentação, números muito semelhantes à média europeia, em que 49% dos idosos prevêem também sustentar a sua velhice através da pensão do Governo. Ainda assim, 50% dos portugueses não sabem se vão ter dinheiro suficiente para viver de forma desafogada e 40% dizem não saber se poderão pagar as despesas médicas.

O estudo elaborado pela Nielsen foi realizado entre os dias 14 de Agosto e 6 de Setembro de 2013, com a participação de mais de 30.000 utilizadores de Internet, de 60 países da Ásia, Europa, América Latina, Médio Oriente, África e América do Norte.

Em relação à idade de reforma, 41% dos portugueses são mais optimistas e acreditam que irá ocorrer entre os 60 e os 65 anos, embora 29% sejam da opinião de que só poderão reformar-se depois dos 66 anos, nomeadamente após a medida adoptada pelo Governo de Pedro Passos Coelho em 2013, que estabelece essa idade como a única possível para uma aposentação sem penalizações.

O estudo da Nielsen, que analisa também as preocupações dos idosos portugueses, indica como a principal inquietude a capacidade de ser auto-suficientes em relação à alimentação, higiene ou vestuário. Este assunto preocupa 66%, ao passo que a perda de agilidade ou de faculdades mentais inquieta 63% dos portugueses.

Os dados revelam ainda que apenas 9% dos inquiridos em Portugal querem viver com os filhos durante a velhice, enquanto 28% dizem que o farão com o cônjuge, 15% afirmam que irão optar por um lar ou residência assistida e apenas 24% dizem que continuarão a viver em casa, recorrendo à assistência de um profissional. A solidão ou o abandono assustam quase 31% dos futuros reformados.

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