Conforama com planos para mais do que duplicar número de trabalhadores até 2017

Cadeia de mobiliário estima crescimento das vendas em 10% este ano e quer aumentar de quatro para dez o número de lojas.

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Até a expansão estar concluída, Conforama quer aumentar vendas online Daniel Rocha

A Conforama vai mais do que duplicar o número de trabalhadores em Portugal nos próximos três anos, dos actuais 160 para 400. Nos planos da cadeia de lojas de mobiliário, do grupo sul-africano Steinhoff, está a abertura de seis novas lojas até 2017, ano em que a empresa terá um total de dez unidades.

Manuel Estévez, director-geral ibérico da Conforama, estima um crescimento de 10% nas vendas este ano e justifica esta previsão optimista com uma “situação mais estável” do mercado português, e “tendo em conta as dificuldades comerciais e financeiras de alguns operadores”. Ou seja, há “uma parte importante de mercado” a captar, diz.

Nos últimos anos, comprar móveis passou para segundo plano nas prioridades dos portugueses, que direccionam mais os gastos para bens essenciais ou objectos para a casa de menor valor. Este “prolongado clima de crise” levou, aliás, a portuguesa Moviflor a recorrer ao Processo Especial de Revitalização (PER) e a avançar com o despedimento de 325 trabalhadores. O vazio de mercado acaba por ser uma oportunidade para a Conforama, que quer adaptar a sua oferta aos gostos locais. “A nossa força reside na multiplicidade de estilos e na adaptação aos gostos e preferências do consumidor. Esta adaptação é possível graças ao facto de grande parte dos nossos fornecedores serem portugueses”, defende Manuel Estévez.

O plano de expansão implica um investimento total de 20 milhões de euros, oito milhões dos quais aplicados na renovação das quatro lojas existentes (Cascais, Amadora, Albufeira e Gaia). “O plano de renovação das lojas está calendarizado numa média de uma por semestre, o que significa que ficará concluído em finais de 2015. Além de remodelar as lojas, o nosso objectivo é também ampliar as áreas de venda em cerca de 1000ca 1500 metros quadrados, de modo a que as lojas em Portugal passam a ter em média cinco mil metros quadrados”, avança Manuel Estévez. O restante servirá para abrir as seis novas unidades Lisboa terá duas novas lojas e as zonas de Setúbal, Porto, Faro e Madeira também estão na mira da empresa.

Até a expansão estar concluída, o director-geral ibérico acredita que as vendas podem crescer através do comércio online. A Conforama investiu num armazém perto de Cascais para operacionalizar as vendas através da Internet e permitir entregas de produtos (móveis ou electrodomésticos) no espaço de três dias. O investimento em stock é na ordem dos dois milhões de euros.

A Conforama é a segunda maior cadeia de mobiliário da Europa, depois da sueca Ikea, e tem 266 lojas (205 em França, o seu primeiro mercado) e 13.200 trabalhadores. No final do ano passado, e para travar o domínio da Ikea em França, anunciou uma aliança estratégica com a Mobilier Europeen (dona das lojas Fly). Em declarações recentes ao Jornal de Negócios, Manuel Estévez admitiu estar disponível para “todas as oportunidades de crescimento” em Portugal, incluindo comprar activos, hoje, na concorrência.
 

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