Pires de Lima garante que futuro não passa pelos salários baixos

O ministro da Economia assegura que Governo e troika têm “visões diferentes” sobre o custo do trabalho.

Foto
Ministros diz que Governo reduzirá carga fisca “quando houver margem de manobra” Rui Gaudêncio

O ministro da Economia reiterou, em entrevista publicada nesta segunda-feira no jornal francês Les Echos, que o futuro da indústria não passa por salários baixos.

“O futuro da indústria portuguesa não deve passar pelos salários baixos”, afirmou o ministro da Economia ao Les Echos. Questionado sobre alguma tensão no processo negocial entre a troika e o Governo, Pires de Lima referiu que os custos do trabalho são um tema em que “as visões são diferentes”.

“No Outono de 2013, achávamos que já tínhamos feito o suficiente neste domínio e que o custo do trabalho já tinha sido suficientemente reduzido em 2011 e 2012”, disse o governante.

O ministro acrescentou que o executivo espera poder aliviar a pressão fiscal sobre as famílias em 2015 – a meta é subir o salário mínimo e reduzir o IRS “quando houver margem de manobra”. Pires de Lima mostrou-se convicto de que a economia irá crescer 1% este ano e sublinhou que “a prioridade é atrair investimentos para Portugal, para estimular o crescimento e criar empregos”.

Reafirmando que as exportações são “o motor do crescimento” económico, Pires de Lima disse esperar que, em 2014, o investimento privado cresça pela primeira vez em dez anos e notou que muitas empresas francesas manifestaram a intenção de investir ou reforçar os seus investimentos em Portugal, dando o exemplo da Alstom, Altran, Teleperformance, BNP Paribas e Vinci.

Les Echos quis saber por que é que o Governo português “hesita em pedir uma linha de apoio cautelar” para quando chegar ao fim o programa de ajuda externa e o ministro da Economia reafirmou que “ambas as soluções [a saída “à irlandesa” e a linha cautelar] têm vantagens e inconvenientes”. A decisão só deverá ser tomada em Abril. “O mais importante é que todos estejamos bem convencidos de que Portugal está em condições de sair do programa a 17 de Maio”, disse.

Sugerir correcção
Comentar