Americanos confirmam que têm avaliado oportunidades na aviação

Empresa de capital de risco do antigo accionista e presidente da Continental Airlines manifestou interesse na TAP.

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Governo quer relançar processo, mas apenas quando tiver garantias de que será bem-sucedido Nélson Garrido

A Savoy Capital, empresa de capital de risco detida pelo antigo accionista e presidente da Continental Airlines, respondeu nesta quarta-feira que “avalia regularmente oportunidades em nome de investidores e em diferentes sectores, incluindo o da aviação”, não desmentido a notícia avançada pelo PÚBLICO, que dá conta do interesse de Frank Lorenzo na TAP.

Em resposta a questões enviadas terça-feira, a Savoy Capital, fundada em 1990 pelo milionário norte-americano, não prestou ainda mais esclarecimentos, remetendo apenas para as informações que constam no seu site.

Tal como o PÚBLICO noticiou, Frank Lorenzo, uma das figuras mais marcantes da indústria nos EUA, manifestou interesse em estudar o dossier da privatização da TAP e, ao que se apurou, a abordagem centra-se no negócio da aviação, deixando de parte activos complementares, como a empresa de manutenção no Brasil, deficitária.

Uma posição que esbarra com os pressupostos do Governo, que prefere vender a companhia em bloco, já que ainda não conseguiu encontrar comprador para este negócio no Brasil, que, apesar de estar a ser alvo de uma reestruturação que permitiu melhorar os resultados operacionais, continua a gerar prejuízos e acumula contingências laborais e fiscais.

O PÚBLICO sabe que a abordagem de Lorenzo envolve um investidor nacional, embora não tenha sido possível apurar qual. A private equity Savoy Capital surgiria, nesta investida, como o braço financeiro para suportar uma eventual oferta pela TAP. No entanto, as conversas mantidas até aqui são ainda muito preliminares, não havendo qualquer garantia de que o interesse se materialize.

Aliás, o Governo está decidido a só avançar com a privatização do grupo liderado por Fernando Pinto quando houver certezas de que não fracassará, como aconteceu em 2012 com a rejeição da oferta do único candidato, Gérman Efromovich, por não ter sido atestada a capacidade financeira do milionário dono da Avianca. Apesar de o ministro da Economia ter afirmado, em Novembro, que a venda poderia ocorrer este ano, o executivo só retomará o dossier se reunir um lote de interessados que assegure um processo competitivo e bem-sucedido.

Frank Lorenzo, filho de espanhóis, é uma das figuras mais marcantes da indústria da aviação nos Estados Unidos. Começou a carreira no sector na década de 1960 e, em 1972, comprou a Texas International Airlines, através da qual adquiriu diferentes companhias norte-americanas, com destaque para a Continental Airlines (hoje fundida com a United).

A abordagem feita pelo norte-americano não será, porém, a única. O PÚBLICO confirmou que também Miguel Pais do Amaral está a analisar a possível entrada no capital da TAP, como noticiou nesta quarta-feira o Diário Económico. O jornal refere que o empresário manteve reuniões, em Outubro, com o presidente da transportadora aérea, seguindo-se encontros com o secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro.
 
 

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