PCP considera “alarmantes” dados do Banco de Portugal

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Honório Novo fala em números alarmantes Foto: Carlos Lopes/PÚBLICO

O PCP qualificou como "alarmantes" os dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal (BdP), argumentando que mostram uma queda do investimento de 40% e um retrocesso do rendimento das famílias para os níveis de há 14 anos.

"São dados verdadeiramente alarmantes. O Banco de Portugal vem confirmar que o investimento em Portugal nos últimos quatro anos caiu quase 40% e o rendimento das famílias portuguesas está hoje ao nível do que estava há 14 anos atrás, isto é, ao nível que as famílias tinham em 1999", afirmou o deputado Honório Novo.

Falando à imprensa no Parlamento, o deputado comunista afirmou que o boletim de verão do BdP "confirma uma profunda recessão" que "contraria de uma forma evidente e clara" os discursos do Governo que falava "em sinais positivos da economia".

"Nenhuma das estimativas tem em conta um facto de estarem previstos para os próximos dois anos um corte suplementar de 4 mil e 700 milhões de euros, previstos para o corte adicional nos rendimentos das famílias, em salários, em reformas, em prestações, no aumento do desemprego com o aumento dos despedimentos", argumentou.

Honório Novo assinalou que este corte adicional, "estranhamente, pelos vistos, parece estar em negociação profunda com o PS, que agora parece estar disponível a suportar as políticas da troika".

 

"Com este corte adicional de 4 mil e 700 milhões de euros, é bem seguro que as estimativas do Banco de Portugal vão acabar por traduzir-se numa realidade ainda pior", afirmou.

O Banco de Portugal melhorou hoje as previsões do crescimento para 2013, antecipando uma contracção de 2% e não de 2,3%, mas piorou as de 2014, esperando que a economia cresça apenas 0,3% e não 1,1%.

No Boletim Económico de Verão, o BdP continua a esperar uma recessão para este ano, de 2%, mas menos forte do que o estimado em Março, altura em que, tal como as previsões do Governo e da 'troika', apontava para um recuo de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), reflectindo "uma forte queda da procura interna e um aumento significativo das exportações".

Estes cálculos representam um abrandamento da recessão face a 2012, ano em que a economia portuguesa recuou 3,2%.

O BdP espera também que a economia portuguesa destrua mais 4,8% do emprego este ano, depois de uma queda de 4,2% em 2012, e que, no próximo ano, haja uma redução de 1,3% do emprego.

 

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