FMI alerta para consenso político e social “significativamente mais fraco”

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FMI considera que "o apetite pelas reformas está a diminuir" em Portugal Daniel Rocha

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que os riscos para Portugal cumprir as metas do programa de assistência, já revistas em Março “permanecem elevados” e sublinha que o consenso social e político “está significativamente mais fraco”.

Na sua análise referente à sétima avaliação do programa de ajuda externa a Portugal, divulgada nesta quinta-feira, o FMI refere que a economia portuguesa está a fazer progressos na redução dos seus desequilíbrios, mas destaca as condições económicas “extremamente fracas” e os riscos que se colocam ao sucesso do programa. A instituição liderada por Christine Lagarde entende que o consenso político e social que tem apoiado o programa de assistência económica e financeira de Portugal “está significativamente mais fraco”, alertando que “à medida que as condições de financiamento estão a melhorar (...) o apetite pelas reformas está a diminuir”.

O FMI destaca ainda que, uma vez que o programa “está desprovido de ferramentas para aumentar a competitividade no curto prazo”, há o risco de o ajustamento ocorrer num contexto de uma maior diminuição da procura. Finalmente, a instituição considera que a área euro é outro risco que se coloca a Portugal, referindo que o abrandamento das exportações e a percepção de condições económicas difíceis no espaço do euro complicam as condições económicas internas já difíceis.

A avaliação divulgada nesta quinta-feira surge um dia depois de o FMI ter discutido e aprovado a sétima avaliação a Portugal e o respectivo pagamento da oitava tranche do empréstimo acordado, no valor de 657,47 milhões de euros, informou o FMI.
 

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