Lucro da Zon aumenta para 36 milhões em vésperas de fusão

As receitas da operadora liderada por Rodrigo Costa subiram 0,4% para 858,6 milhões em 2012, graças às operações internacionais.

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Operadora liderada por Rodrigo Costa cortou investimentos em 17,9% no ano passado Nuno Oliveira

Os lucros da ZON subiram 5,3% para 36 milhões de euros em 2012, em vésperas de fusão com a Optimus. O projecto do negócio foi aprovado na segunda-feira pelos conselhos de administração das duas empresas, tendo agora de passar pelo escrutínio dos accionistas.

De acordo com um comunicado divulgado segunda-feira à noite pela operadora liderada por Rodrigo Costa, as receitas cresceram residualmente, na ordem dos 0,4% para 858,6 milhões de euros. Apesar de todos os negócios em Portugal terem apresentado quebras, com especial destaque para o dos cinemas (que teve um recuo de 10,8%), a componente internacional permitiu à empresa manter as vendas em terreno positivo.

“A participação da Zon na joint venture africana de serviços de TV por Subscrição por satélite já teve uma contribuição importante para as receitas consolidadas gerando, receitas de 8,8 milhões de euros no quatro trimestre de 2012 e 31,6 milhões de euros” no ano passado. Esta joint venture, que usa a marca Zap, foi firmada com Isabel dos Santos, filha do presidente de Angola, que é actualmente a maior accionista da Zon, detendo 28,8% do capital.

O comunicado divulgado segunda-feira pela Zon mostra ainda que os custos operacionais decresceram 0,4% para 545,7 milhões de euros. O investimento foi reduzido em 17,9%, tendo ficado por 123,1 milhões, que comparam com os 149,9 de 2011.

A operadora justificou este decréscimo com “a combinação de um menor nível de actividade comercial, e consequentemente de uma menor necessidade de CAPEX [investimento] de cliente, com o sucesso do processo de reacondicionamento de equipamentos”.

Foram os sucessivos reforços de Isabel dos Santos no capital da operadora nacional que permitiram que a fusão, sobre a qual se especulava desde 2007, avançasse. Isto porque, antes da consagração da empresária como maior accionista da Zon, a estrutura de capital da empresa estava demasiado dispersa.

Além disso, a filha do presidente angolano já é parceira da Sonae (dona da Sonaecom, que integra a Optimus e o PÚBLICO), tendo sido firmada uma parceria para a abertura de hipermercados Continente naquele país. A data inicial era 2013, mas o grupo de Belmiro de Azevedo disse em Outubro que o plano de negócios está a ser actualizado.

Depois de o projecto de fusão ter sido aprovado pelos dois conselhos de administração, serão agora convocadas as assembleias gerais da Zon e da Sonaecom, em que os accionistas votarão o negócio. Para que chegue a bom porto, será ainda necessária a não oposição da Autoridade da Concorrência e a aceitação do pedido feito à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários no sentido de ser derrogado o dever de lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA), argumentando que se trata de uma fusão.

 

 

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