Portas pede na ONU missão para a Guiné-Bissau

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Portas pediu que fosse considerado “o pedido do Governo legítimo da Guiné-Bissau para a constituição de uma missão multinacional" Don Emmert/AFP

Na reunião do Conselho de Segurança, que ainda decorria à hora de publicação deste artigo, o ministro dos Negócios Estrangeiros português pediu que fosse seriamente considerado “o pedido do Governo legítimo da Guiné-Bissau para a constituição de uma missão multinacional de estabilização”, o que considerou “um esforço abrangente” para resolver os sérios problemas do país.

Não se esperava ontem nenhuma votação sobre a proposta do MNE português. O Conselho de Segurança poderá agora fazer um pedido ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de um relatório sobre a situação no terreno, a ser feito pelo Secretariado e a missão em Bissau, o qual tem por tradição recomendações específicas. Em Nova Iorque, Paulo Portas não fez nenhuma proposta específica sobre o tipo de missão. O PÚBLICO sabe, no entanto, que o MNE português defende que deve ser uma missão com mais poder do que a actual Missang, que é apenas técnico-militar.

No início da reunião, marcada a pedido do chefe da diplomacia da Guiné-Bissau, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, George Rebelo Chikoti, que falou em nome da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), pediu também o envio de uma “força de manutenção de paz”, para além de sanções sobre os militares que levaram a cabo o golpe de Estado que derrubou o Governo de Carlos Gomes Júnior, na passada quinta-feira.

A reunião do Conselho de Segurança foi presidida por Portugal e convocada a depois de a CPLP ter pedido o envio de uma força e condenado o golpe militar na Guiné-Bissau. Seguiu-se também a uma série de contactos diplomáticos do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, que defendera uma tomada de posição firme por parte da comunidade internacional.

Na véspera desta reunião do Conselho de Segurança, Paulo Portas tinha falado sobre a situação na Guiné-Bissau com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, à margem de uma reunião de chefes da diplomacia e ministros da Defesa da NATO, em Bruxelas. Nessa conversa, Portas sublinhou os pontos que tem repetido nos últimos dias: a necessidade de restabelecer a ordem constitucional na Guiné, assegurar a integridade física dos dirigentes legítimos e enviar uma força multinacional para o país.

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