Valor dos serviços prestados a empresas cresce para 12,7 mil milhões

Contabilidade, auditoria e informática representaram metade da produção de serviços em 2014, mas empresas de trabalho temporário foram as que mais cresceram.

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Hotelaria e restauração estão entre as actividades que mais recorrem a trabalho temporário enric vives-rubio

O valor da prestação de serviços das actividades ligadas aos Serviços Prestados às Empresas (SPE) cresceu 3,2%, para 12,7 mil milhões de euros em 2014, revelou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). O valor relativo ao  conjunto de actividades que inclui serviços como consultoria, contabilidade e trabalho temporário, tinha registado em 2013 uma variação negativa de 1,8%.

O INE destaca que o valor acrescentado bruto (VAB) e o excedente bruto de exploração (EBE) no conjunto destas actividades “registaram crescimentos significativos”, de 7,4% e de 10,8%, respectivamente (comparando com evoluções de 0,0% e -1,5% em 2013). O VAB cifrou-se em 7,25 mil milhões de euros e o EBE, em 2 mil milhões. São crescimentos que se mostram “claramente superiores aos observados para o conjunto das empresas não financeiras”, que registaram aumentos de 3,7% e 6,9%, adianta o INE. Já o volume de negócios das actividades de SPE aumentou 3%, para 13,8 mil milhões.

Segundo os dados divulgados hoje, existiam 106.394 empresas nas actividades ligadas a SPE, com um total de 338.680 pessoas ao serviço, o que traduz crescimentos de 1% e 6,7%, respectivamente, face a 2014. Os gastos com o pessoal subiram 6,6%, para um total de 5,2 mil milhões de euros.

O crescimento nos principais indicadores económicos em 2014 “ficou a dever-se essencialmente às sociedades que, apesar de representarem pouco mais de um terço das empresas dos SPE (36.354 empresas), foram responsáveis por cerca de 92% dos serviços prestados (11,7 mil milhões de euros)”. Da mesma forma, foram responsáveis por 88,5% do VAB gerado (12,8 mil milhões de euros), nota o INE.

De acordo com o instituto estatístico, actividades como a contabilidade, auditoria, consultoria e informática contribuíram com 7 mil milhões de euros, cerca de 55% do total da produção de serviços dos SPE.

Enquanto sectores como a arquitectura e a engenharia diminuíram o seu peso, o crescimento do sector das actividades de emprego no ano passado foi evidente. Nesta área, que tem como principais agentes as empresas de trabalho temporário, o aumento da prestação de serviços face a 2013 foi de 16,4%, “denotando uma procura crescente dos serviços das empresas de selecção e colocação de pessoal e de trabalho temporário” em áreas como o fornecimento de pessoal médico, a área comercial, a hotelaria e a restauração.

“Tirando partido da dinâmica sentida, [o sector do trabalho temporário] foi responsável por mais de metade do aumento verificado no número de pessoas ao serviço afectas ao conjunto de actividades dos SPE”, refere o INE.

Outro sector com crescimento expressivo face a 2013 foi o das actividades jurídicas, que aumentou 10% e tem um peso de 9% no total dos SPE. Já o sector dos estudos de mercado e sondagens de opinião, com um peso de apenas 0,6% no total da prestação de serviços dos SPE foi o sector “onde se observou o maior decréscimo (17,0%)” em 2014, situando-se nos 73,6 milhões de euros.

“Uma vez mais, a publicidade foi o sector que apresentou o melhor rácio prestação de serviços/trabalhador, tendo atingindo 113,2 mil euros por trabalhador”, refere ainda o INE.

O instituto refere que, ainda que a oferta de serviços neste tipo de actividades “seja relativamente pulverizada”, há sectores em que é elevado o nível de concentração. Como exemplo, destaca a “gestão e exploração de equipamento informático, onde as cinco maiores empresas asseguraram cerca de 95% da prestação de serviços”.

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