O que é que esta avaliação aos ganhos da Galp traz?
Em primeiro lugar é de salientar que o Estado finalmente conseguiu ter acesso a estes contratos que são decisivos para a determinação dos preços do gás natural. E digo finalmente porque a situação que havia antes, de não se conhecerem os contratos, era inadmissível. O Governo anterior estava focado na questão fiscal e em saber quanto é que poderia retirar à empresa, nós temos uma abordagem que é a de defender os interesses dos consumidores e fomos pela via regulatória.

Isso quer dizer que estes dados vão ter influência nos preços futuros do gás natural?
A definição de preços é uma competência da ERSE, aquilo que eu posso dizer é que espero que os preços baixem. Aliás, o Governo está a fazer tudo para que os preços do gás natural baixem. Há um ano tínhamos o gás mais caro para as famílias e o segundo mais caro para a indústria; hoje estamos na média europeia. Mas, essencialmente, é bom lembrar que esta é uma medida de reforço da transparência.

A avaliação vai ter implicações na CESE cobrada à Galp?
Esse é um tema do meu colega das Finanças e não gostaria de estar aqui a alargar-me sobre ele. O que posso dizer é que o tema dos contratos take or pay vai em breve motivar uma discussão mais alargada no Parlamento. Já fui chamado à Assembleia da República para falar sobre isto a pedido do PCP e todos os grupos parlamentares aprovaram a audição, que deverá ser agendada em breve.