A Ryanair anunciou nesta quarta-feira que se mantém na corrida à privatização da Cyrpus Airways, para a qual as ofertas preliminares de compra terão de ser apresentadas até à próxima sexta-feira. Em Julho, cerca de 20 investidores manifestaram interesse no negócio, apesar da situação financeira difícil da transportadora e da investigação a um aumento de capital conduzida pela Comissão Europeia.

Um administrador da companhia low cost, Kenny Jacobs, afirmou nesta quarta-feira, citado pela Reuters, que a Ryanair “planeia fazer uma oferta não vinculativa na sexta-feira, como resultado de uma reunião positiva que ocorreu na semana passada” entre o presidente da transportadora, Michael O’Leary e o Governo cipriota.

A Ryanair tem vindo a ter encontros com o executivo de Chipre, que detém 93,7% da Cyprus Airways e, caso avance para este negócio, será a sua segunda compra depois de ter comprado a low cost Buzz há mais de uma década.

A transportadora de baixo custo já disse que os seus planos para a transportadora aérea cipriota passam por aumentar o número de passageiros para os três milhões por ano, muito acima dos actuais 600 mil. “É uma parte interessante da Europa que está mal servida. Podemos trazer muito crescimento”, reiterou Jacobs nesta quarta-feira.

O prazo para apresentar propostas termina já na sexta-feira e o Governo de Chipre espera que pelo menos 15 dos 20 investidores que se mostraram interessados na privatização em Julho avancem com propostas preliminares. De entre os investidores que participaram na primeira ronda, no início do Verão, encontram-se, além da Ryanair, a low cost romena Blue Air e a grega Aegean Airlines. O executivo tinha referido que espera escolher o vencedor até ao final deste ano.

O interesse na Cyprus Airways apareceu apesar da situação financeira difícil da companhia, que no final de 2012 apresentou prejuízos de 55,8 milhões de euros, mais do que duplicando as perdas do ano anterior (23,9 milhões).

Além disso, a transportadora aérea está sob investigação da Comissão Europeia por causa de um aumento de capital de 31,3 milhões de euros realizado em 2013 e de uma ajuda estatal de 73 milhões que o Estado cipriota lhe concedeu em 2012, o que viola as regras comunitárias.