Refer mantém prejuízo, Estradas de Portugal aumenta lucro

As duas empresas estão prestes a fundir-se. Presidente garante que seguirá a política de rescisões por mútuo acordo.

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As contas da Refer continuam no vermelho Paulo Ricca

As contas da Refer e da Estradas de Portugal, que em breve estarão juntas numa mesma entidade, seguiram caminhos diferentes ao longo do ano passado. A Refer, responsável pela rede ferroviária, teve um prejuízo de 89 milhões de euros, o mesmo valor registado em 2013. Já a Estradas de Portugal aumentou os lucros, que totalizaram 17 milhões de euros.

Num comunicado de apresentação de resultados, num dia de divulgação simultânea de contas, a Refer informou que as receitas operacionais subiram 13%, para 192 milhões de euros. Para além disso, os gastos com pessoal encolheram 10% face ano ano anterior, “em função da queda do efectivo médio” e também pelo facto de a empresa ter desembolsado em 2013 cinco milhões de euros relativos à reposição do subsídio de férias de 2012. O número de trabalhadores efectivos caiu ligeiramente, passando de 2546 para 2422.

O tráfego na ferrovia cresceu 3%, impulsionado por uma subida de 11% no transporte de mercadorias.  

A empresa informou ainda que uma operação de aumento de capital no valor de 1035 milhões de euros permitiu baixar a dívida em 743 milhões, para 6418 milhões de euros.

Já do lado da Estradas de Portugal, os lucros subiram 12%, passando de 15 para 17 milhões de euros. Para este resultado, contribuiu um crescimento das receitas, que superaram os 800 milhões de euros. As receitas das portagens aumentaram 9%, para 262 milhões.

As duas empresas estão prestes a fundir-se na Infraestruturas de Portugal. O presidente da nova empresa, António Ramalho, prevê que a fusão aconteça a 1 de Maio ou 1 de Junho.  Citado pela agência Lusa, afirmou que “1 de Maio era um dia bonito para fazer a fusão por ser o dia do trabalhador".

O gestor garantiu, em conferência de imprensa, que “a fusão não altera em nenhuma circunstância a situação dos trabalhadores" e lembrou que já houve uma redução de efectivos em ambas as empresas. "Iremos fazer o que é normal do ponto de vista da gestão. Tivemos uma redução de efectivos, quer na Refer quer na Estradas de Portugal nos últimos anos, que tem sido feita com a natural concordância dos próprios trabalhadores, e manteremos essa política para o futuro", afirmou, citado pela Lusa.

António Ramalho antecipou o caminho das rescisões por mútuo acordo: "Vamos encontrar o número adequado de trabalhadores para as funções que temos que desempenhar, o que passa naturalmente por uma gestão quer do lado das contratações, quer do lado de algumas rescisões por mútuo acordo, que terão que ser enquadradas".

 

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