Programa de eficiência energética da EDP promoveu investimentos de 14 milhões

O Save to Compete gerou poupanças de três milhões de euros às 15 empresas que já adoptaram medidas de eficiência.

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Empresa está confiante na compra de 21,35% da EDP Filipe Arruda

O programa de eficiência energética lançado há dois anos pela EDP, ao qual já aderiram 15 empresas, gerou investimentos de 14 milhões de euros. Destes, oito milhões foram directamente financiados pela empresa, três milhões couberam ao parceiro financeiro, o BPI, e o restante às empresas participantes.

O balanço dos primeiros dois anos do programa foi feito nesta quinta-feira pela empresa, em Lisboa. Segundo a EDP, as medidas de eficiência energética adoptadas no âmbito do Save to Compete permitiram às 15 empresas que já têm projectos implementados poupanças na factura energética da ordem dos três milhões de euros, o que equivale a mais de 23.325 MWh.

O presidente executivo da EDP, António Mexia, reconheceu que, apesar de ser hora de “celebrar o caminho feito”, ambiciona chegar mais longe e alargar o universo de empresas que já aderiram ao programa. As que o fizeram, pertencem, segundo o gestor, ao grupo das que preferem “menos lamúria e mais acção” para “pôr no terreno” medidas que trazem oportunidades de poupança.

Entre as diversas empresas com as quais as equipas da EDP têm vindo a trabalhar na identificação de medidas de eficiência energética (algumas das quais não eram clientes da empresa, mas que agora são, seja no gás ou na electricidade), incluem-se a Leroy Merlin, a Iberol, a Sovena, a Unicer, a Bosch e a Celtejo. De acordo com a EDP, as diversas medidas que podem ser adoptadas trazem um potencial médio de poupança de 20% para empresas industriais médias e de dez por cento para as empresas de grande dimensão.

Se o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, referiu na apresentação pública que a eficiência energética é “uma condição de sobrevivência as empresas”, o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, sublinhou que é também a principal ferramenta com que as empresas podem contar para “aumentar a sua competitividade”, num contexto em que há muito pouco espaço de manobra a nível europeu para reduzir os preços da energia.

Artur Trindade lembrou, ainda, que o Governo está a discutir com Bruxelas “um envelope muito relevante” de fundos para investimentos na área da eficiência energética. Sem querer divulgar montantes, o Governante adiantou que a negociação com a Comissão Europeia deverá estar concluída até final do Verão e que estes fundos deverão começar a chegar à economia em Fevereiro do próximo ano.

António Mexia lamentou ainda que este tipo de decisões demorem tanto tempo a ser tomadas pelas empresas. “O ano que se demora a decidir é mais um ano que se perde em poupanças”. O gestor explicou que a empresa definiu como objectivo inicial de investimento para este programa (que já alargou a Espanha e ao Brasil, com recurso a engenharia portuguesa) 20 milhões de euros, mas não “haverá qualquer restrição”. “Se forem precisos 40 milhões, serão 40 milhões”, adiantou.

Na mira da EDP estão também reforços de potência no sector eólico. Questionado a propósito do diploma publicado esta semana pelo Governo que estabelece novas regras para o aumento potência instalada dos actuais parques eólicos, o gestor sublinhou que esses investimentos fazem “todo o sentido”. Em particular “nos parques mais antigos”, disse Mexia, notando que as turbinas instaladas há dez anos têm um décimo da potência que têm os equipamentos actuais. Quaisquer oportunidades de investimento serão analisadas “caso a caso”, adiantou.

 

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