PSI20 perde 3,54% com a banca a registar um dia negro

Incerteza sobre os impactos de um chumbo do Tribunal Constitucional ao Orçamento estão a afectar a negociação.

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Banca condicionou perdas da bolsa de Lisboa. Daniel Rocha

Moção de censura discutida na Assembleia da República, iminência de uma decisão do Tribunal Constitucional sobre normas do Orçamento de 2013 e a incerteza que volta a pairar sobre a zona euro, foram as razões que determinaram, nesta quarta-feira, um dia negro na bolsa de valores de Lisboa. O sector bancário foi o mais penalizado pelos investidores.

O índice PSI20, o principal da praça lisboeta, fechou a cair 3,54%, depois de ter ultrapassado a barreira dos 4 pontos percentuais negativos. Acabou por recuperar ligeiramente, numa sessão em que as perdas mais substanciais foram as sentidas pelos títulos da banca, ainda afectada pela solução encontrada para resgatar os bancos cipriotas e pelos temores que isso fez degenerar.

O Millennium BCP foi o papel que mais deslizou, com um recuo de 8,79% para uma cotação de 0,083 euros por acção. Seguiu-se, a curta distância, o Banco Espírito Santo, com um recuo de 8,78% para 0,696 euros por título. O banco fundado por Horácio Roque, o Banif, também caiu de forma significativa, 5,98%, para 0,11 euros e o banco BPI deslizou 4,38% para 0,917 euros por título. Globalmente, a banca já acumula uma desvalorização superior a 25% nos três meses que leva o ano.

Na sexta sessão em terreno negativo, a bolsa nacional viu 19 das 20 cotadas do principal índice fecharam com perdas. Apenas a Cofina destoou, terminando a negociação sem mexida face à cotação de terça-feira.

O desempenho da bolsa de Lisboa está directamente relacionado com a incerteza que reina no país. Nesta quarta-feira, a actualidade ficou marcada pelo debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo Partido Socialista. Mas a disposição dos investidores está mais marcada pela incerteza sobre o que irá decidir o Tribunal Constitucional na análise de várias normas do Orçamento do Estado (OE) para o ano em curso.

Ainda não há certezas sobre a data em que aquele órgão de soberania irá ditar os termos em que apreciou as normas do OE, mas a ocorrer um chumbo nas disposições com forte impacto na execução orçamental deste ano, tal poderá desencadear uma crise política grave.

Os investidores estão também preocupados com o regresso da incerteza na zona euro, algo que tem produzido efeitos, igualmente, nas restantes praças europeias. Fecharam todas no vermelho, com o principal destaque a ser colocado na bolsa de Milão, que continua a rolar sobre os escolhos da crise política e a possibilidade de novas eleições a curto prazo.

 

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