Presidente do Eurogrupo considera que Portugal “tomou a decisão certa”

Jeroen Dijsselbloem deixa alertas ao Governo e apela ao consenso político.

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Dijsselbloem referiu que a banca se encontra hoje em melhor estado para aumentar o crédito à economia PETER MUHLY/AFP

O presidente do Eurogrupo defendeu nesta segunda-feira que Portugal "tomou a decisão certa” ao optar pelo fim do programa de resgate sem plano cautelar, mas deixou uma série de alertas ao Governo e ao país, como a necessidade de ter "uma política orçamental rigorosa".

"Estou muito optimista, acho que tomaram a decisão certa", disse Jeroen Dijsselbloem aos jornalistas, à entrada para a reunião dos ministros das Finanças da zona euro, onde a ministra portuguesa, Maria Luís Albuquerque, vai comunicar a decisão tomada pelo Governo. Questionado sobre se a opção de Portugal apresenta riscos, Dijsselbloem disse que “não”.

"Acho que as circunstâncias de mercado são bastante boas e que Portugal tem feito um bom trabalho no reajustamento e na alteração da sua economia em termos orçamentais”, afirmou , acrescentando que “as perspectivas melhoraram de forma significativa nos últimos dois anos" e que, por isso, "percebe o optimismo [do Governo português]”.

"Penso que se Portugal continuar a cumprir as suas obrigações, que passam por uma maior modernização da economia e mais reformas, tudo vai correr bem", referiu.

Mas apesar de defender que “o pior da austeridade já passou”, Dijsselbloem defendeu que cuidar do orçamento é uma responsabilidade permanente para todos os países da União Europeia. O responsável deixou ainda um apelo ao consenso político em Portugal, alertando que a confiança dos mercados “requer mais passos e empenho do Governo".

"Diria que os tempos da austeridade muito rígida já passaram, mas isso não significa que se possa começar a gastar dinheiro que não se tem, ter uma política orçamental rigorosa é uma responsabilidade de todos os países", declarou o presidente do Eurogrupo.

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