Presidente da Peugeot Citroën defende electricidade mais barata em Portugal

Carlos Tavares elogiou a qualidade e a "frugalidade" da fábrica do grupo em Portugal.

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Carlos Tavares assumiu funções na segunda-feira Christian Hartmann/Reuters

O presidente executivo do grupo francês PSA Peugeot Citroën, Carlos Tavares, argumentou que um preço da electricidade mais reduzido ajudaria à competitividade do país. “Os custos de energia eléctrica são 40% mais elevados do que em França. Têm de ser o mais baixos possível”, afirmou esta manhã, num encontro com jornalistas, um dia depois de uma visita à fábrica do grupo em Mangualde.

Na agenda da visita a Portugal – feita logo depois de ter assumido o cargo, na segunda-feira – estava também um almoço, nesta quinta-feira, com o Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, em que precisamente o assunto da energia seria um dos abordados, a par do das infra-estruturas de transportes. Carlos Tavares diz que gostaria de ter uma ligação ferroviária que permitisse o transporte de carros entre a fábrica do grupo em Mangualde e o porto de Vigo, no norte de Espanha, onde a PSA Peugeot Citroën tem uma outra unidade de produção, que funciona em articulação com a portuguesa.

Já da visita que fez a Mangualde, onde são produzidos cerca de 70 mil carros por ano, Carlos Tavares diz ter ficado com uma boa impressão. “É uma fábrica pequena que está muito bem gerida”. O responsável do grupo destacou a qualidade da produção e a “frugalidade” da fábrica. “Quando não se tem muito dinheiro, tem de se ter mais ideias”, observou, dando exemplos de como a fábrica resolveu problemas com pouco investimento – por exemplo, ao reaproveitar e modernizar robots, e ao criar uma estrutura simples de plástico para proteger os veículos do pó antes de estes serem pintados, algo que, referiu, implicaria noutro país uma instalação metálica sofisticada com filtros, cujos custos seriam “um balúrdio”.

O executivo classificou ainda a “competitividade dos custos laborais” em Portugal como sendo “razoável”. Ao nível da Europa de Leste, disse, mas “bem acima de Marrocos”. A este propósito, o gestor defendeu que seria benéfica mais flexibilidade do mercado de trabalho, um tema que classificou como “difícil” e “emocional”.

Carlos Tavares afirmou ainda que a PSA Peugeot Citroën não vai criar mais fábricas, dada a situação financeira difícil que o grupo atravessa tem prejuízo há dois anos e o facto de já ter "capacidade [produtiva] demais".

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